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segunda-feira, 31 de março de 2008

Poesias e Amigos!


Momento Mágico

agora é tanto
que tudo é pouco
para dizer o quanto

Luiz Fernando Prôa



Insone

sempre à noite

as sombras têm

mais cor

a falta

é mais dura

o silêncio

é um grito

de dor



e as pálpebras

gotejam cristais

urgências

desejos

sopro da alma

que rola na face

e lhe dá

um beijo



e insone

como as horas

nu de luzes

e certezas

bordo

um poema

e não

me culpo



sempre à noite

o querer é

voraz

o possível

é tardio

o grito

é silêncio

nada mais

Luiz Fernando Prôa



De braços abertos

esse par de braços
que estendo
abraça o mundo
enquanto é tempo
sei que cada momento
é tudo o que tenho
e o agora tudo que existe

de braços abertos
me entrego
e abraço os amigos
enquanto os vejo
no recanto seguro
do que amo e sinto
a alma, espaço sem limites

mesmo quando estou triste
e o pranto é tanto
e a dor é toda
não sei como nem quanto
guardo nos braços um abrigo
me curo, me dando

esse é meu gesto
exponho o peito sem medo
sem dúvida, inteiro
e a quem queira
me entrego

Luiz Fernando Prôa



Heróis de espelho


somos feitos

de tudo que nos cerca

de argila, madeira

poeira e pedra


somos palco

de uma peça

normais, humanos

loucos ou feras


somos aquilo

que não somos

artistas, retratos

heróis de espelho


somos nosso

maior receio

pior do que tudo

contágio do meio


mesmo que loucos

perdidos no verso

feiticeiros da vida

poema incerto


somos parte do todo

grãos de mistério

construtores do sonho

em busca do eterno

Luiz Fernando Prôa




Cárcere


cada dia

que passa

a sentença

minha alma

condenada

ao poema

Luiz Fernando Prôa




Submerso


tem dias

que a tristeza

tem o peso

do universo


sinto-me

náufrago

preso

às correntes

que me cercam


queria o ar

como bálsamo

a meu peito

submerso


queria apenas

amar cada dia

dos dias

que me restam

Luiz Fernando Prôa




Ideal

tem gente

que é tão doce

que se mais fosse


era poesia

Luiz Fernando Prôa




Paciência

diz agora

a palavra que cala

essa ânsia da alma

infinitos segundos

minutos

e horas



diz pra mim

uma prece sem pressa

que acalme a espera

desse início

sem meio

nem fim



fala tudo

sem meias verdades

sem metáforas/imagens

sobre caminhos

atalhos

e rumos



sussurra ao vento

como aplacar a ferida

nessa urgência de vida

enquanto o instante

é apenas

um grito



Luiz Fernando Prôa




Vivendo assim

todo dia

quando o sol nasce

nasce também

dentro de mim

como milagre

me descubro vivo

toco a luz

assumo os sentidos


todo dia

morro e sobrevivo

me apego ao que sou

desapego dormindo



como arte

vivo por um fio

cada minuto

o ápice de tudo

todo dia

quando o sol nasce

é assim

agradeço

e peço bis

Luiz Fernando Prôa




Velho Mundo


Aos poucos desconstruir....
A Terra
Retirar
Calcários, fósseis
Hieróglifos, pergaminhos
Pescar
Metais, pedras, ostras
De uma cidade a outro país
O que pertence a vocês?
A ponte de Bambu da Índia?
Nesta página
O Velho Mundo
Sábio destinado a produzir...
Lixo hospitalar
Lixo orgânico
Lixo sideral
Incinerar os pensamentos
Dos enfermos da má vontade
A fé do Himalaia não derreteu
Existe a Ponte da Amizade
Entre você e eu.



Claudia Almeida



Devolva


Não sabes do meu coração que chora,
Do amor que tenho guardado,
Da saudade que apavora
Pelo muito que tenho te esperado.

Não sabes da alegria que foi embora,
Do soluço que chega desesperado,
Da solidão que tenho agora,
Quando somente te quero ao meu lado.

Ainda assim continuo na esperança,
De que permaneça na tua lembrança,
Algum vestígio do quanto te amei...

Talvez então voltes com a felicidade,
E junto com ela doce serenidade,
Devolvendo-me a vida que na tua deixei!...


(Cida Luz)





Delicadeza


Desfilo em teu peito
toda a sutileza de meus versos
acato todos os teus pedidos
suplicando que te faças
o homem mais feliz do universo

amo-te inteiro, pleno, por completo
não deixo de tocar
nem um pedacinho de ti
cubro teu corpo com o meu
serenamente, levo-te ao apogeu

na delicadeza de meus atos
concluo meu jogo de sedução
sinto que és meu, e sou tua
unidos estamos por tanta paixão
desejos envoltos em véus de ternura
sublime querer, que os sentidos apura

e na entrega sutil e delicada
as almas se fundem, e se confundem
como se tivessem nascido juntas
e agora se reencontram
para nunca mais se deixarem
e a mesma estrada trilharem...

Flor Poeta



Viver Sem Poesia
Ana Perissé

Viver sem poesia
é funeral à espreita
é dor maior do que a chama da intensidade
que me arde
sempre, por inteira.

Viver sem poesia
é achar um sentido
para o movimento das nuvens
é desmanchar minha loucura
que me aprisiona,
deliciosamente,
por inteira.

Viver sem poesia
é matar minhas paixões
com normopatia
é aniquilar meu não saber,
ambiguidades
fragilidades
que me inquietam
por inteira.

Se sou
sou porque sofro
ao pensar
nas letras a dançar que ainda estão pra serem escritas.
se sou
sou porque sou ardente
por inteira.




Despedaços Inteiros
Ana Perissé

Eis-me em despedaços
porque parte de mim é inteira
posto que desconheço aquilo que sou
ao me reconhecer em fragilidades
que me revelam
em suaves borbulhas de ondas
partes de mim.

Sou frágil!
mas ardo em fortalezas
ora tórrida e decidida
ora cálida e insana.

Partes partidas
Despidas em pedaços
Entregues ao acaso
Ao sabor do teu amor.

Eis-me em despedaços
desconhecida
a ser desbravada
em incessantes descobertas
deitada ao teu lado
com a vida em curso.

Sou inteira!
posto que me faço em mosaicos
vitrais coloridos
que se complementam
no escuro de nossa imensidão.


Amor coisa maluca


Amor lamento sentido
Que transforma
Ataca sem direção
Amor
É um louco desejo
Que contaria os anseios
Quando é desejado e flechado
Amor é uma ferida que sangra
Faz bater forte o coração
Amor tem maldade bondade
Tem beleza verdade mudando
O coração de direção
Amor tem olhar cego amargo
Ofensivo mimoso
Tem uma fúria paixão
Amor é uma mistura maluca
Juntando tudo é gostoso
Mata dá felicidade
Amor é tudo na vida ajuda cicatrizar
A ferida
Ou sangrar coração...

Marina Nunes





Melancolia

Por: Marina Nunes

Terna alma se apaga
Na escuridão que envaide
Minha alma crua
São sobras obscuras
Tremulas almas sinistras
Que espanta e fogem
Vêm fantasias
Centelhas que espreme
Dentro do espelho
Reflete alma abatida
Um azedume âmago
Estanhas presenças
Na alma abriga
De um raio que raspa
Lanças sangrando feridas
Escorrem fuzilam
Sombrias travas no céu
Da noite
Escondidas do mundo
Que limpam feridas em
Chamas
Deitada numa cama
Esperando, brilha
Com alma que clama
No véu da morte
Uma alma morrendo em vão....





A PAZ DA ALMA

Lava-me a alma
De amor
Envolve-me
Alma
Minhas lágrimas
A paz em silêncio chora
Reclama demais alma
Sente claras reluzentes
Paz, branda e pacífica
Alma dolorida chora
Doces e perfumados
Amores, e distante
Das Ilusões, perdidas
O canto das lágrimas
Encantam minhas ansiedades
Alma onde anda
Ele?Eu não sei dizer!
Paz vem me diz agora?
Dá uma esperança
Saudade insana
Desse teu calor
Alma escuta-me?
Poupe-me um pouco
Cinto está definhado
Desse louco amor
Que tortura o peito
Nunca mais passou
Paz alma!
Meu lamento é grande
Alma! Eu sofro de amor...

Marina Nunes



Brigar ou amar?


Por quer essa cara amuado
Responda-me amado
Não fique calado zangado
Pois o meu coração
Só fala de amor e paixão
Você quer brigar ou amar?
Por que me olhas assim
Fingindo que não me ver
O que pretende fazer
Vai ficar sem falar
Vai me abandonar?
Estou quase chorando
Meu amor é regado á canção
Serenata de amor e calor
Seu lugar e cativo presente
Mora bem pertinho
Do meu coração
Vamos parar de bobagem
Já estou com saudades
Faça-me um favor meu amor
Á cama está te esperando
Só falta você ao meu lado.
Marina Nunes



LUA

Lua que
Fascina,
Tua beleza mim. ilumina
Sua luz de diamante,
Os amores pratear,
Lua minha linda encantada
Vem mostrar como é amada

Serenatas á se beijar,
Lua amiga mim ensina,
Um amor eu conquistar,
Lua eu estou,
Apaixonada,

Por favor, dá uma olhada,
Como é triste o meu olhar,
Lua linda e companheira,
Estou pedindo,
A sua ajuda,
Majestosa e brilhante...
Desejada,
Suplicante,
O amor faz suspirar
Marina Nunes





Estrela partida

Sem rumo sem vida
Perdeu o semblante
A estremecer querer resistir
Á renunciar deslumbrante
De um dia foi “Estrela”
Perdida caiu na falência
Em derrotas-se
Partiu.
A tombar
Infeliz inútil!
Em pedaços ficou a chorar...
Estrela ressentida apagou
Perdeu seu encanto virou
Pedaços de esperanças
Na vida de amar com delírio
Perdeu sua cor de atrair amor
Estrela partida perdeu o reinado...
Apagou-se, saudosa e desiludida.
Ficou deprimida de tédio esquecida
Lagrimam risos brincar de sofrer
Sua luta é constante se agarra
A tudo pra sobreviver e sorrir
Estrela sombria,
Sem rastos e sem rosto,
Hoje é uma, estrela partida...
Marina Nunes 12 /3/07 0038



Enamorada eu estou sempre

Com amor com ardor, te dei meu coração
É tão afável gentil, te quero, demais
Com paixão tudo faz sentido, com amor

Á tua luz é verde, azul, rosa lilás
Apertam-me com intimidade e prazer
Despertando, com afeto, calor e paixão
Viveremos um só corpo, um só amor

Eu também venho, com loucuras, me toca
Com ânsias, extravagante, delirando desfrutando
Apertam-me com, torturas, e beijos,
Faz-me feliz, leva-me ao paraíso, no céu

Perdida, de felicidades e sinceridade
Por desfrutar, o seu amor, de anjo safado
Absortos, amantes amigos, temos sorte demais
De viver desfrutando, de tudo, que ainda existe...
Autor: Marina Nunes



DELÍRIOS EM SENTIR O AMOR


Abraça-me meu amor perfeito
Fascina-me com seu olhar de amor
Prepara-me um banho com flores
Perfuma-me, pois quero sentir você

Avança com vontade, tira de mim toda
A minha castidade, meu corpo arde, com loucura
Explora esse campo verde, e virgem, como
Uma flor, os meus olhos, te admira e sente medo
De sentir o doce amor

Prepara-me, um cálice do mais puro vinho do amor
Banha-me em lençóis, de ROSA lilás
Com água dos lábios molhados o canto
Que perdura em silêncio, só se escuta
Murmúrios, de um gosto que sai, sem pudor

Que excita, implorando acalma, em abandono sente
Amor mostra e sofre uma imagem bela
Exaltados exalando que acalma um olhar em chamas
O perfume, de uma ROSA em lençóis, do amor em paz...

Por: Marina Nunes:



Metamorfose

Agora me encontro de frente ao espelho
De cara limpa, como borboletas, minha
Transformação, minha metamorfose
Delicadamente uma pintura poética
Entra em ação, uma figura imaginável,

Doce, solene veste-se, com perfeita
E extravagante, pinta sua boca graciosa
Chamando atenção, entra em sintonias
Abre as cortinas, de um vermelho forte
Pomposa, espetacular sente-se seduzida

Pelo placo, uma inebriante,voz rica e macia
Enche o ambiente, em ritmo suave, canta
Uma melodia, que excita um quadro doce
Abriram-se às asas, como um pássaro, voa
Canta uma canção poética, com lindas frases

Uma sonata de amor entra em um sonho
Uma utopia, bravo! O palco se agita, rodeada
Sente uma emoção gigante, que sai do peito
Cordial se curva, agradecida, chora calada
Lágrimas pela face rolam parte da emoção
Mais linda, uma poesia, de uma atriz poeta...
Marina Nunes...



Arte do saber amar


Força verdadeira força
Caminhos inconfundíveis seguem
Sem saber porquê
Pés companheiro firme
Caminhando sequem
O amor se faz presente
Eu sou o amor
Força que me dá sentidos
De perceber cada miragem imagem
Da arte de amar
Gotas que umedece a terra
Na parte mais seca da serra
Que não chove nunca
Vem drena seca
Mesmo espaçadas gotas.
Arte parte que me cabe vivo
Á digitar com um dedo
Sensíveis toques
Forçar que me deixa muda
Inaudível fica
Com as desigualdades
Espalhando sorte
Vida fonte do prazer do amor
Não aceito inveja
Fujo do supérfluo corro
De tudo que não seja humano
De sentimentos frágeis, gente
Que não sabe, dá receber o amor...

Autor: Marina Nunes...



Cheirando perfume flor

Te pego do meu jeito te chamo
Vem regar á terra meu bem!
Vamos o dia está raiando
Amanhecendo
Vamos andando trocando idéias
Respirando o ar puro
Sem pensar no tempo
O aroma tem o seu vicio
Espalhando – se no ar
O cheiro da terra, da flor do mato
Olhando, o vento assobiando frio.
Um friozinho bate no rosto
Gente da roça, simples mais digna
Honrada que trabalha
Na lida da terra
Vivem na paz
Longe das cidades
Onde só beleza, natureza existe
Um lampião uma luz
A tarde vem caindo anoitecendo
À noite, uma oração, o descanso
Cedinho, já com um café quentinho.
Pra tudo começar na roça orando, cantando.
Autora: Marina Nunes...






Ela é fascinação

A noite que me encanta
Tem o seu perfil imaginável
Cheia de sedução
Ostenta beleza fascinação
Horas calma e alegre
Sempre tem tentação
A noite que tem tanto brilho
É cruel e delicada mágica
Tanto clamour paixão
Mostra-se elegante vestida a capricho
Com letras que piscam nos bares
A noite que me dá prazer de sentir
Mais amada romântica
Que chama atenção
Das lindas mulheres que desfilam
Corpos esculturais que inflamam
Os olhares dos cavalheiros...
Que se perturbam e fumam bebem
Descontroladamente se sentem
Um dom Juan apaixonados...
Autora: Marina Nunes



PAIXÃO ( celina vasques)

AH deixa que a saudade dilacere meu coração
e nos pedaços - mil pedaços -
escreva versos tão apaixonados
que o mais imortal dos poetas, sinta inveja de mim!

deixa que esta febre ardente arrebente o meu peito
e que este amor se transforme em flores
- de todas as cores -
eu as ofereço pra ti...

deixa que no meu piano - saudoso em harmonias -
eu toque canções infindas e as melodias divinas falem
da minha PAIXÃO por ti.

deixa que eu siga teu rastro - como se foras uma estrela que
transpondo a sombra ilumine o meu caminho -
e todas as trilhas me levem pra ti!

AH visão do meu amor, fulguras meu doce amante
em todos os meus sonhos e fantasias... deixa que eu
te afague, quero respirar por tuas narinas todo o meu alento
nem que seja só neste momento....quero tua alma ....
teu pensamento ...todo o teu sentimento...
Ah deixa que eu morra por ti !





ALMA GEMEA

AH como te busquei, desesperadamente
e pelos caminhos da vida imensos
e intransitáveis teu rastro segui...

em cada estrela que fitei
- na mais bela -
o brilho do teu olhar bebi...

encontrei-te afinal, te buscando
nas dores e nos meus amores
pois em todos tua imagem eu via...

alma gêmea da minha, deixa que eu te abrace
-que este momento seja eterno-
e na comunhão dos teus pensamentos
com os meus anseios eu possa me entregar
á felicidade de poder estar contigo!

Ah como te esperei...sabia que virias...
acho que te amei noutras vidas!!!!!

celina vasques





LOUCURA (CELINA VASQUES)

sou louca...louca!
acredito na fantasia desvairada,
em lua ensolarada...melodias dedilhadas,
em palavras de amor!
caminho na multidão apressada, sorriso
aberto quase gargalhada... penso que sou forte
pierro até da morte, tola poesia de amor!
Louca ...louca alienada!
e na minha alucinação faço poemas...na madrugada...
canto ilusões e desilusões onde não há nada!
em meus delírios vejo trilhas nas calçadas, longas estradas;
as estrelas-luzes que iluminam esta caminhada - em busca da lucidez:
o homem amado
sim sou louca...perambulo pela vida
vislumbrando energias e reações em esperanças - desesperançadas
aventuras - desaventuradas... grito nos meus versos
- em berros tresloucados-
toda a amargura deste amor triste abandonado!
Dou o nome de amor ao desamor
amo as flores e até as dores pois nas chorosas rimas
falo desta paixão desventurada...
sonho todos os dias- que loucura!
e estou acordada, triste poeta
apaixonada....louca de amor!




ICARO

uma melodia ressoa é
como se todas as orquestras
tocassem ao mesmo tempo,sinfonias
doces profundas, tristes!
o céu de um azul intenso...o firmamento
e tu dás o teu ultimo vôo... tuas asas fracas,
tênues...tentam equilibrar o teu corpo,
ferido de morte!
um ultimo olhar para a vida...é a despedida!
teus olhos vidrados, choram, vislumbram
a natureza tão por ti querida!
teu canto derradeiro como num lamento
confunde-se com o choro...
canto triste de teus companheiros!
Vais caindo...caindo...
e jazes no chão e a natureza continua,
viva, bela!
o marulho das ondas, a sinfonia, a areia alva
e tu estas aí inerte!
no meu coração passaro ferido,
morre a ilusão, a paixão, a esperança de ser feliz.
como tu busquei, voei por ceus azuis...
sonhei...cantei e amei!
hoje jaz no meu peito silencioso,
inerte....e a vida continua!
(celina vasques)


TORTURA

porque me torturas? que prazer
morbido cruel teu sorriso de
escárnio a cada gesto meu?

o meu sentir maior é a solidão
e da minha suave paixão és tu
a fonte de inspiração
meu sentimento mudo...mistério do amor!

porque me torturas? não vês que meu
coração frágil morre de amores por ti?
minhas lágrimas orvalham meu rosto
e em cada desgosto o desespero
toma conta de mim...

Ah porque me torturas? maltratas...detratas?
que fiz eu a ti?
como se eu fora culpada de tuas amarguras e desventuras....

se eu apenas te amei!


(celina vasques)


DEVOÇÃO

Se te amar é minha ruína...
que venha então essa triste sina...
pois sem teu amor
que gosto pode ter a vida?

Sem ti meus olhares não têm
mais encantos...
passo pelo dia e pela noite...
não vejo estrelas
céu...lua... nem dos passarinhos
o suave canto!


quase te perdi...
e nessas horas de profunda solidão
tristeza e dor
eu até podia ouvir os suspiros
dessa saudade...saudade do teu amor!


(celina vasques)


QUEIXAS


MINHALMA CHORA
ILUSÕES PERDIDAS
É TRISTE COMO A VOZ DO SINO
E COMO NOTAS DE CHOROSAS ENDECHAS
O SEU GEMIDO É IGUAL Á QUEIXA!

MINHALMA TRISTE COMO A PRIMAVERA
QUE SE ESVAI
NEM A SINFONIA, NEM O
DOCE CANTO DOS PASSAROS
CONSEGUEM ALEGRÁ-LA!

MINHALMA NÃO MAIS SE
ILUDIRÁ COM SONHOS
NEM COM TUA IMAGEM FALSA,
DUVIDOSA... INCERTA!

NÃO MAIS TE OLHAREI SAUDOSA
E NEM POR TI DECORRERÃO PERENES
LAGRIMAS DO MEU SINCERO PRANTO

EU CRI UM DIA NO TEU OLHAR
MENTIROSO...
ACHEI NO TEU SORRISO
O PARAISO ETERNO, JULGUEI-TE
UM TESOURO E VI NO TEU ROSTO
A EXPRESSÃO DA FRANQUEZA!

......................................................................

NÃO MAIS TE AMAREI NOS CAMPOS
NEM OUVIRÁS DA MINHA VOZ
SUAVES CANTOS!

(celina vasques)



noite de amor

Fim de noite e estavamos
ali deitados no chão...
juntos, tão perto quase enamorados
e falavamos de encantos de vida
e ouviamos musicas e tomavamos
vinhos...

eu contava das minhas dores, amores,
e chorava minha solidão!
ele me escutava, me olhava consolava,
acariciava, olhos nos olhos,
cumplices estrelas brilhantes que liam
meus pensamentos e em
solilóquios mudos...profundos...
magnetizavam minha razão!

triste ironia atroz que ao
senso humano irrita,
as horas passavam velozes
aconchegavamo-nos mais...
eu até podia ouvir forte as
batidas de seu coração.

deitei minha cabeça em seu peito,
quente , ardente, paixão!
e falamos de amor, beijos,
amplexos, caricias.... desejos
sexo!

há tantas coisas misteriosas que nos
cercam e escapam á vista!
e como num lamento
sussurei baixinho:
essa é a noite mais linda da minha vida!


(celina vasques)


SOLIDÃO

Noites de solidão, melodias ao longe
dedilhos de violão...que vão rasgando
minh'alma dilacerando pouco a pouco
o meu coração...

Desfaz-se a ultima chama morre a ilusão
e como sussuros, lamentos
os gemidos se perdem e são
levados pelo vento...

noites de solidão... soluços ao luar
eu choro tristes lembranças e em
meus delírios relembro momentos tão saudosos
com o gosto amargo do abandono...

A noite é longa... vazia e fria...
mas há que se faz nascer um novo dia...

Ah faltam poucas horas... meus olhos perdidos
ao longe esperam com ansiedade o
romper da aurora!


(celina vasques)


desilusão

(celina vasques)

o que fazer com este amor
que me corroi, que me destroi?
o que fazer das minhas noites vazias...
tão frias,se até os sonhos não existem mais?
o que fazer da saudade que me invade
vai me consumindo, destruindo,
desiludindo e que a todo momento me trai?
o que fazer da minha agonia
das palavras vazias que não adiantam mais?
o que fazer das minhas fantasias,
do meu piano, do meu canto,
do meu pranto, dos meus encantos,
dos nossos encontros...
se não voltarás jamais?!


Sonho de sábado

Naquela tarde de sábado entre árvores e céus azuis...
tudo era poesia e esplendor...beijei teus lábios com
tanto ardor...naquele momento nascia em mim
este amor!

e eu te queria...te ouvia... me encantava e te olhava
e entre sorrisos - incrivelmente tímidos -
decidi ser tua amante muito mais que amiga!

e era tudo tão bonito que eu achava
meus anseios reciprocos
e eu já te amava!

E veio a noite fomos dançar, ceu estrelado... luar....
e entre luzes, sussuros ...risos e canções, fui feliz
nos teus braços que emoção!

Mas, a realidade da vida...dos sentimentos...
a agonia...não podia me entregar...não podia!
era só aquele dia...não eras meu... pura fantasia
foi um sonho
acordei
já era dia!

(celina vasques)


Confidencias
(celina vasques)


Eu tentei amor...
Procurei te esquecer
Me interessei por outros homens
Até fiz amor.
A saudade tão forte
pior de todas as mortes sempre me acompanhou...

Eu tentei amor...
Fitar outros olhos, beijar outros
lábios,
Até jurei amor!
Já passou tanto tempo...viajei
por
céus e mares, mas de nada adiantou,
Tua imagem por mim tão amada
Esta desenhada nas minhas
Noites de Amor



Meu Amor,

Nosso cais de encontro
é um labirinto de partidas...
Chegaste tarde demais
na bússola do meu tempo,
no ancoradouro
do meu carinho,


e na geografia do meu corpo,
há sempre um cais vazio
à tua espera,
e um velho calendário
marcando uma data antiga.

Porque
Partes sempre
antes de chegares

Luiza Caetano



CONQUISTA
Sônia Maria Grillo
(Baby®)


No sideral espaço
em descompasso
do teu abraço
enrosco-me feito laço
em total embaraço
e com felina graça
bem devassa
meu amor ultrapassa
e ganho-te na raça.

Vejo-te entregue no leito
é o homem perfeito
que com todo direito
e do meu jeito
aconchego no peito
inicia-se assim a evolução
e, num clima de total sedução
extravasamos a paixão
esquecendo a razão!

30.01.2008
Rio de Janeiro





Disfarce
.

Sigo
Disfarçando
A dor...
Sorriso
Fingi
Sufoco...
Lágrimas
Por ti

Sigo
Lembrando
Você
Saudades
Martírio...
Promessas
Não esqueci

Sigo
Esperando
Você
Lembranças
Alento...
Esperança
Razão de seguir.
.

(Sirlei L. Passolongo)




TEU – Arethuza Viana

É teu, paixão minha,
o que agora escrevo,
com as mesmas mãos
que te tocam mansamente.

É Teu!
Guarda-o contigo
porque eu o fiz
lembrando que és magia...

Que este poema,
desperte o teu sorriso lindo...
Ah! Ninguém sabe sorrir
como você...

Que ele seja conforto
para qualquer tristeza
e que ele te lembre
os meus olhos felizes
brilhando de amor...

Este poema é teu!
Eu o fiz para a tua compreensão
e junto com ele,
meu amado, minha vida,
mando-te beijos,
beijos e mais beijos!!!

É teu!
Eu o fiz apenas
para o teu entender...

Só sinto verdadeiramente,
amor meu,
que nunca, ninguém,
poderá saber
que ele é teu...
Unicamente teu!!!!



Desmascarando Minha Alma

Lembrei o que não queria
No fundo lembrei do nada
Lembrei que não tenho histórias
Que não guardo mais memórias
Que minha vida é bem velada

E nessa lembrança velada
Caminho à margem da estrada
No labirinto da vida
Não acredito em acaso
Nem tampouco em belas fábulas

No fundo eu somo passagens
Só somo pedaços de esboços
Somo horas maquinadas
Desmascarando minha alma
Tentando achar o meu rosto

E nas horas maquinadas
Vou guardando tantos temas
Tentando achar o meu rosto
Vou desmascarando minha alma
Das máscaras fazendo poemas


Adriano Hungaro




O Mundo, o Homem, e o Caos.

Ruas maquinas,
Fabricas, e o homem concreto.
Correndo apressado alucinado.
Indo para lugar algum.

Emaranhados de valores
Alheios aos reais valores humanos.
O sol a lua, timidamente fazem um apelo,
Um esforço de chamar o homem a razão.

Que sem razão segue perdido em seu labirinto
De babel, de maquinas, e explosões.
Perplexo o homem observa

O mundo, o próprio homem, e o caos.
E pasmado tenta decifrar a sua criação
Calado, parado, confuso introspectivo.
No circo que o transforma em palhaço

Segue incerto de si.
Perdido no universo perfeito
Constrói o seu fim.

Definindo sua total impotência.
Pasme caminha, caminha, e caminha,
E encontra nada, nada, nada.

Sobram-lhe as lembranças, só as lembranças,
Hecatombe, aneurisma total.
Acorda Homem.

Dora Dimolitsas




Além!


É na distancia que se encontra meu amor
São écos de um passado, hoje dor
Que me enchem de saudades e ainda amor
Essa flor já não tem mel, sou beija flor!
Vivo então, procurando pelos ares
Aquilo que sei, se encontra em outros mares
Quisera eu poder ter sonhos e voar
Transporia esses montes e esse mar!
Te encontraria ao fim da ponte em meu sonhar
Teria então, a eternidade para te amar
Tempo que passou e não quer voltar
Mas que será presente ao te encontrar!
É na distancia que te encontras no memento
E se ouvires choros, são partes de meu lamento
Posto que ainda estas em meu coração
Mesmo que tenhas se soltado de minha mão!


Santaroza

Amar é luz!



Esperei a lua chegar e deixei que minh’alma cavalgasse pelo potro alado da noite,
Nem o sereno, nem o frio dessas eras de outono, me impediram de alcançar as estrelas,
Encontrei uma de luz azul, que brilhava sem parara e de lá pude te ver dormindo,
Embrenhei-me por teus sonhos, cavalguei contigo pelos céus, visitamos todos os desejos,
Encontramos o oásis do amor, bebemos de suas fontes, deitamos em sua relva,
Esperamos o nascer do sol, para que diante da luz estivéssemos certos de nossa paixão!




Santaroza



DÚVIDAS
Oswaldo Antônio Begiato

Nos cômodos incômodos
de uma casa em ruínas
eu acomodo minhas dúvidas
em cômodas infestadas de cupins.

Que fiquem elas lá, guardadas,
como roupas velhas no guarda-roupa
aguardando a hora de serem doadas,
ou a hora de vestirem judas no sábado santo.

Não quero mais ter dúvidas.
Quero a imperturbabilidade das rochas
e a clareza das águas frescas
das cachoeiras da Serra do Japi.

Não dá para imaginar
como são claras e frescas
as águas das cachoeiras
da Serra do Japi.




GRITO ABAFADO

O meu grito é sufocado.
Não parece que é grito.
Parece um grito falado.
Mas ele nunca foi dito.

É a pedra sob as águas
é mágoa de sentimento
é um grito de palavras
retidas no pensamento.

Corpo a corpo desafia.
É faca que cai da mão.
É como pedra que afia
os punhais do coração.

Como resto de festins
sobrevive dos jejuns...
Ele é a fome de todos
e mesa farta de alguns.

Sob a mira dos fuzis
é muralha de granito.
Ressoa a bala no eco
e retorna como grito.

E se me tiram a voz
é daí que me revolto...
O que se fala calado
ecoa muito mais alto.

A. Estebanez




Avis Rara

quero te ver irrigando como mina
de água pura, vertente preciosa.
tua presença, um raio verde que corte o céu
trazendo à luz a marca guerreira de um deus capital.
te ver no morno clima de tarde airosa
tu, oh pássaro raro do puro apego
oh nave-mãe que cruzas plena e generosa
o circunscrito e infinito mar egeu.
meu cardo aflito se debate e ainda arde
como o martírio do infeliz prometeu.
lança-se ao céu o movil inquieto
de um eterno tempo grego
pare-se agora este horizonte que incandeia.
chegar tão perto, que tão perto assim se pare
e emparelhe o teu corpo junto ao meu
chegar tão perto que nunca mais que repare
neste meu jeito inseguro ou tão incerto.

RicardoSReis


Amando

Amo, e o meu amor
Vai por aí amando sem saber
Sem saber o como e o porque.
E sigo pela estrada sozinho
E vou ficando pelo meio do caminho
Em solitário devaneio
Sempre esperando por ti.
Se for o amor que afinal me explica
Vê se não vai embora, mulher
Vê, amor, se não complica.
Só me ame e fica.

RicardoSReis



Ninfa em sono na relva

Dedico-me a observa-la em seu plácido sono
com o corpo entregue, lânguido
em negra gaze envolto
um corpo etéreo, mais até, adormecido.

Vê-la entregue à navegação dos sonhos
é vislumbrar em um só instante, no agora
o que, por meu desejo houvera sido
ausente as neves da mútua incongruência.

Destarte, mesmo o acaso
de alguns suaves e ternos beijos
longe das luzes de uma qualquer ciência
vê-la assim menina, boneca de louça
entregue ao seu próprio levitar
sem mínima ruga que lhe turve o sono fundo
devolve-me a crença
sem que deus nenhum me ouça
e faz-me logo entender porque simulo tanto
e tanto que a mim eu minto
e de pronto, porque te amo.

Ao observá-la, e já velando
ao seu doce adormecer
em que pese que a sinta como
ninfa tormentosa do oceano
creio que posso compreender
o desencanto à que tornamos.

RicardoSReis




A vida preclara*

Ah, o salivoso verdor dos púberes anos!
Ah, as primícias do amor, da chama intensa!
Justo é que se as passe ao sol que abrasa,
Onde a graça é franca, leda e não se vê enganos.

Outrossim, quando és a pura e formosa,
Qual lânguida ninfa que fogueia nos planos,
Coberta de berloques e em ricos panos,
Fazendo nascer o azul na manhã abrumosa.

Sê feliz, meiga menina, dona de todo encanto.
Vá, que não seguirás sozinha. A vida preclara
Que terás, não te dará a conhecer o pranto.

Os alumbrados que te privarem a amizade,
Sem anteparos, fará-os-á padecer de amor,
Quando fluíres livre, deixando-os à vã saudade.

RicardoSReis
*(soneto para uma menina, adolescente)




Amor Simplesmente Amor

Patético!? Sim eu sou...
Porque amo pateticamente.

O amor me deixa sem limites
Sem margem, fronteiras para sonhar
M’alma tem sede do divino prazer de amar
Ardo em fogo, queimo no infinito
Como estrela, mesmo depois de morto
A luz desse amor viajará pelas galáxias
Iluminando mundos.

Derramo-me em sangue, seiva e vida
Deságuo minhas lagrimas em palavras
Visto-me de cambraias, me cubro de promessas
Pelo simples prazer de sofrer de amar...

Vagueio por entre abismos de sentimentos
Montando um cavalo de muitas luas
Na bagagem levo-te um presente
Minha humana incompleitude.

Dou-te meu pior e meu melhor...
...Porque só no amor sou inteiro.

(AlexSimas)




Amor...Nada Mais.

Vim te falar das muitas coisas que me habitam
Adormeci sobre o poema que te escrevia
Sonhei-te consciente, sentimentos imprudentes
Uma serenidade divina, quase incômoda
Apossou-se de minha alma, essa que te escreve.

Descobri-me personagem dessa fantástica fabula...
...Nossa historia, Mutação perfeita da semente plantada.

Seu e meu sentimento, coquetel de paixão desmedida
Que me embriaga lentamente, admira e assusta...

Cruzo pontes de invernos e outonos...
...Para encontrar-me na tua sempre primavera.

Extraviei-me, me perdi pelos corredores das letras
Dessa escrita sem sentido que busca te dizer
Do que alem te amo, me pergunto porque?...
...Simplesmente te amo, nada é além do amor.

(AlexSimas)



Como falar...

Me diz como falar do sol
que desponta no horizonte
quando dentro de meu coração
é só névoa e dor
Como falar do mar,
da beleza do luar
quando a escuridão da tristeza
me assola o coração e um triste lamento
me joga no chão
Como falar do canto dos pássaros
das manhãs de outono
se minha voz emudeceu
pelo silêncio teu
Como falar de amores
se dentro de mim é só
sentimento de dores
Me diz
Como falar...
por que minha voz se calou
quando te fostes
e eu só consigo chorar.

Rosane Silveira





“Pedindo as estrelas”

Com olhos lacrimejantes
Levantei o rosto pro céu
Vi um pontinho brilhante
Minha estrela era fiel

Estava me olhando agora
Lendo meus pensamentos
Não consigo ir embora
Está vendo meu lamento

Lágrimas rolam no rosto
Coração em disparada
Vida plena em desgosto
Sinto em mim, alfinetadas

Minha estrelinha amada
Ampara-me neste momento
Vida assim amargurada
Merece um acalento

Jane Rossi




Oleiro

Tu és oleiro, Meu Senhor!
Cuida de mim, me restaura
Do coração, cura esta dor
Me faz sentir a brisa, a aura
De minha alma tira o pavor
Eu quero ter visões, bem calma
Então escuta este meu clamor!
Me fortalece, refaz minh’alma
Me mostra um mundo de outra cor
Me mostra amigos, que sejam flores
Quero compor um lindo ramalhete
Só de alegrias, sem dissabores
Restaura agora, tu és oleiro!
Transforma a vida, tráz paz e amor
E o coração que está em desespero
Troca por outro, sem angústia e sem dor!

Jane Rossi
31/03/08




Momento Mágico

Um beija-flor pousou
Na bela flor de jasmim
Como ele me encantou
Alegrando meu jardim.

Fiquei observando
Aquele pequenino ser
Sua energia liberando
Consegui me abastecer.

Com sua velocidade
Estacionando no ar
Beija com suavidade
As flores e volta a voar.

Aquele mágico momento
Ficou em minha visão
Fui toda agradecimento
À beleza da Criação.

João Pessoa, 31/03/08
Neneca



Reencontro

Pensando em um reencontro
Ao longe tua silhueta divisei
Sai correndo ao teu encontro
Sentindo emoções te abracei.

Nossos corpos se juntaram
Do alto da montanha divisamos
Pássaros, suas asas ruflaram!
Em êxtase profundo flutuamos.

Acabei de vez meu sofrimento
Não me encontrava mais sozinho
Acendeu a chama do sentimento
Do amor que selou nosso caminho.

Senti todo meu ser renovado
De alegria, esperança e fulgor
Consegui o intento almejado
Feliz agradeci ao Criador.

João Pessoa, 29/03/08
Neneca



Vila Rica

No ventre das montanhas, cenário alpino,
Torres são erguidas e apontam para o céu...
Vila Rica, burgo pequenino, subindo a encosta,
É um luminoso véu, a entrar no ventre seco...

Da janela tudo vejo e vejo tudo, vejo brasões
De ouro e festas e apogeu, ouço o bimbalhar do sino
E a velha Vila Rica no esplendor do sol a pino,
E arcos de pedras erguidos, as pedras de cal...

Da janela que tudo vê e vê tudo, vê tirania entre
Grandezas, botas batem nas pedras, pedras caiadas
De cal, coches reais rolando com altezas, pendões ao vento,
Em corsos triunfais, e os arcos de pedra afiada,
Somente pó e matéria nas mãos operárias...

Nada restou além das montanhas e das pedras...
Fim a tanta gala! Liberdade! Fulge e se perde...
Feriu ferida funda e o sangue correu...
Conspira a solidão da montanha e sangue sugando
A serra, velando a alma exilada nos caminhos da
Montanha...

Marta Peres




O Show da Vida
Auber Fioravante Junior
30/03/2008

Vem das cordilheiras
este azul-violeta;
raiando em rimas e toadas
um grito pueril, cheio de
graça e poesia, como
um saltimbanco
fazendo da vida um show,
e do show,
uma vida inteira!

Bolhas de sabão
enfeitam o cenário;
envolvendo em risos e palmas
um carrossel celeste, habitado
por plebeus e anciões, como
um trapezista
fazendo do limite um show,
e do show,
uma vida sem limites!

Asas brancas
tecem a lona;
desenhando em sonhos e afagos
um picadeiro de ilusões, dotado de
de mestres e aprendizes, como
um mágico
fazendo do surrealismo
um show de fronteiras,
e do show, uma vida amor
sem fronteiras!



A PARTIDA

Saudades dessas que aperta o peito
Nada no mundo pode ser tão triste
Quanto essa mágoa do sonho desfeito!
Como um rio que seca, a natureza assiste!

Aquele imenso vazio, as marcas da passagem
Onde foi um dia tão vasto e sereno!
No coração a cicatriz dolorida da paisagem
Apenas o oco, sua funda marca no terreno

Desprendido esquiva-se do material
Desnudado, o espírito se lança
Do grande desfiladeiro ao espiritual!

Entre choro, lamentações, a vida alcança
Outras esferas distantes desse mundo real
Deixando a dor, saudade e a lembrança!

Mara Andréa Machado



O AMOR TUDO PODE

Aprendi a amar a começar por mim
Porque ouvia das pessoas experientes
Para ser verdadeiro tinha que ser assim...
Ame a você mesmo incondicionalmente!

E quando se vê, diante desse gigante
Desse sentimento que nos edifica!
Nossos olhos ficam brilhantes,
E nossa vida inteira se modifica!

Mesmo que nos cause dor,
Ainda que do peito explode!
Ame dê a ele o seu melhor!
Pois o amor tudo pode!

Mara Andréa Machado




SE NÃO TE VEJO

Meu coração anoitece...
Silenciosamente... madrugada fria!
Rapidamente se entristece
E a vida perde a poesia!

Pois tu já és a minha metade
E sem você tudo perde o sentido
O amor perde a caridade
O arco-íris o colorido!

Se não te vejo, meu querido!
Em meus dias somente ais...
Meu coração fica dolorido!

Se não te vejo ai de mim...
As horas me subtrai!
A vida encontra o fim!

Mara Andréa Machado



A velocidade do tempo

O tempo endo, ando voando
As palavras vão e vem...
A vida vai passando
Senhores maquinistas: Parem o trem!

Quero descer na próxima estação
Parem o trem da vida
Quero voltar a ser criança
Sem rugas, fugas, nem feridas!

O tempo é meu inimigo
Passa ligeiro, sem nunca cessar
Se alguém quiser vir comigo
Não tenho pressa, só quero ficar!

O tempo me dá tristeza
Pois não o posso acompanhar
Meus passos são curtos
Por favor, me deixa parar!

O tempo anda, voando ainda
Não sei para onde vou, quem sou
Interrompo a viagem, parem!
Quem nem deu tempo! O tempo passou!


Mara Andréa Machado




A mala

Quando o útero se rompe, a vida!
Tantas especulações, tanto medo
A jornada começa ser percorrida
Conhecemos a dor desde muito cedo!

Alguns mais que outros, outros nada!
E a bagagem vai sendo feita,
Como é difícil continuar na estrada!
A tanto a gente se sujeita!

Quanta miséria a gente assiste,
Ver os homens se destruindo entre si!
E muitas vezes distraído e triste,
Esquece o que veio fazer aqui!

Ilude e se envaidece do que não é seu,
Acha que tudo pode, orgulhoso
Maltrata o que Deus lhe deu!
Se sentindo vitorioso...

E tendo sua missão interrompida,
De malas vazias, despreparado!
Chora e clama por nova vida!
Nova oportunidade, o perdão lhe é dado!

Assim várias vezes, a vida se instala
E em se perdendo e se achando, coitado!
Mais uma vez o homem esquece a mala...


Mara Andréa Machado
Publicado no Recanto das Letras em 31/03/2008
Código do texto: T924768

quinta-feira, 27 de março de 2008

Série Novos Talentos!




Rai e Gustavo, meus queridos poetas exalam poesia por onde passa, que perfumam com a delizadeza e carinho. Leu poemas seus é um prazer e encanta o coração, faz bem à alma.







Raivane de Oliveira Sales-Biografia



Nascida em Salvador, Bahia, em 1965.Formada em Letras Vernáculas.Professora da Rede Pública do Estado da Bahia.Sempre gostou de escrever por pura paixão,desde adolescente.Participou da ‘Antologia Delicatta II’, no ano 2007. Possui três blogs

de poesias(Arredores de mim;Corpos em Calda; MarÍntimos).Também passou a produzir vídeos poéticos, neste mesmo ano( utilizando o programa ‘Windows Movie Maker ‘).Participa ativamente do site cultural ‘Overmundo’, postando poesias semanalmente.Desenvolve um projeto em sala de aula,envolvendo teatro e poesia.

Assina seus poemas usando o pseudônimo ‘Raiblue’







BLUES & POESIA



Hoje o meu blues
Rasga o presente
Invade o passado
Tudo que em mim
Sobrevive



Velhos poetas
Poesias eternas!

No Rimbaud
Intensidade da carne
Exposta à lama!
Místico selvagem
Que me acompanha...



De Baudelaire
A serpente que dança
Conduz a mente
No bordel dos sentidos
Mais ardidos!

Quando chovo
Sou Clariceana
De corpo inteiro
Mergulho sem volta
Eus traiçoeiros...



Maiakovskianas
Revoluções silenciosas
Buscando Pessoa
Dividida entre tantas
Outras que me habitam...



Sou só...



Eu e os poetas
Que me agitam
Submersa nas águas
Interiores moinhos
São eles Bandeira
Meu grito de desordem
De mão dadas vamos
Drummondiandando
Entre as pedras do caminho...



E o blues
Cortando os pulsos
Da noite....
Sangrando os versos
Que não estancam...
Verborragia.!!

Sílabas arranham as cordas
Desafinam as estrelas
Adormeço no silêncio
Vermelho
Sozinha...



(Raiblue)





LIBERDADE, AINDA QUE POESIA!



Coágulos de pensamentos
Explodem na noite sanguínea
Derrame de desejos
Inferno no peito
E uma dantesca solidão...


Da janela, aguardo um cometa
Qualquer coisa
Que não me submeta
Que me salve de mim...


Hoje não quero me enfrentar
Quero somente transbordar...esvair...
Consentir todos os delitos
Ser o poeta maldito
Cuspindo as dores
Nos bueiros da carne!


Hoje quero me prostituir
Sem cobrar nada
Hoje me dou de graça
Sem medo do gatilho
Da manhã seguinte...


Hoje eu atiro na vida
E renasço livre
Do tédio dos dias
Dos remédios e horários
Dos medos diários...


Quero uma overdose de delírio
Tocar o nirvana dos meus sentidos
Num trance ... drum’bass
Ou qualquer ritmo...


Só por hoje
Aborto a culpa
Corro o risco da inquisição
Atiro-me na fogueira
E mordo as estrelas
Lambo cada ponta
Meto a língua no meio
E a palavra cadente
Desafia o caos!


Goza o céu...
Gozo eu...
E o universo inteiro!

Partículas de versos
Orvalham a madrugada
Puro néctar...
O último gole de vodka
A última gota de poesia...
Enquanto o dia nascia...

(Raiblue)





ETERNA TRAGÉDIA ROMÂNTICA





Morreria por ti
Shakespeareana mente
Impossível amor
Num século efervescente
Pós- tudo
Póstumos sonhos
Póstumas memórias
Póstumas histórias
Pós-amores
Sem poesia
Sem nostalgia...
Sem ti
Seria assim
Um vivo morto
Um vulto perdido
Um uivo solitário
Num vale sombrio
Um aceno
Sempre despedida
Flores que perfumam o túmulo
Tumulto e silêncio
Da dor cortando os pulsos
Doando-te meu sangue
Para finalmente
Estar dentro de ti
Por séculos e séculos
Eternos...
Rômantica mente
Contra o inferno
Pós-moderno!

(Raiblue)





SALIV (ANDO)



Nas noites brancas
De sua pele
Me dis traio
Guardo Dostoiéwisk
Num canto do quarto...
Nos olhos
O ópio prolongando
Colóquios do tato
Con textos e texturas
Da língua
Corroendo tédios
Catando cacos
Cactos na superfície
Da carne árida ...
Arranhando as horas
Sangrando os minutos
Dissolvendo dores
Anti-corrosiva língua...
Sal e saliva
Lambendo as feridas
Fechando cortes
Subcutâneos labirintos
Na sanha da linguagem
Esquecida no tempo
O toque...
Palavras diluídas no suor
Poesia líquida
Numa noite dis traída...
Na pausa da razão
No dança dos sentidos...


(Raiblue)





DE LÍRIOS E DÉJÀ VU...



Há uns resíduos
De noites rubras
Na memória da pele
Um gosto de pipoca
Um perfume...de lírios...
Vozes roucas
Janes conduzindo
Nosso destino
Num blues
Que grita
Dores e orgasmos
Doces e bárbaros
Momentos...
Corpos deslizando
No tapete azul da sala
Carne ao óleo...cítrica...
Um crime delicado
Sem castigo
Romance inacabado
Roteiro improvisado
À medida
Que o ato acontecia
Amor tecíamos
Nas veredas do tempo
Grandes sertões
Se dissolviam
Nas rosas
Do Guimarães
Nos rios da pele
No riso do gozo
No álcool do meu corpo...

(Raiblue)





LA RUE DU DÉSIR...



Noite
NavalhaNavalha
Partindo
Algemas
Liberando
In pulsos
A dor
A fome
Pedaços de sonhos
Perfuram
A escuridão
Des cobertas
Nuvens
Passagens...
Ao som de Piaf
Perfume francês
Em um Café barato
Cigarrilhas
Fumaça
Nos olhos
Fogueira...
Dançam
Sussurros
Na veia
Principia
O cio
Precipício
Viagem...
In sanidade
Dos corpos
Em um copo
A mais de vodka
Vesúvios
Explodem
Lavas
Lavam
A epiderme
Erupção
Da realidade...
Transbordando o Sena
No meu quarto
Fim da cena...
Acordo...
Entre
Acordes
Franceses
Tocando
A carne...

(Raiblue)





ENIGMA IMORTAL



Um signo
Uma sigla
Sem significado
Exato
Imensurável...
Enigma
Esgrima
Entre o espírito
E a carne
Combate
Na escuridão
Da alma
Insight
Revelação
Tudo é silêncio
Eis seu templo ...
Indecifrável
Para sempre
Mistério...
Entre o céu
E a terra
O seu império...
Mais que filosofia
Poesia...
Deus universal
Ou demônio
Quando não
Sabemos
Traduzi-lo...
Veneno
E antídoto
Algemas
E vôo
Ponte
E abismo...
Crime sem
Castigo...
Revolução
Azul...

Enigma imortal
Que nos salva
E nos mata...

Amor...

(Raiblue)





VELHA SAGA



Asfalto
Transações
Movimento
Partida
Chegada
Estradas
Estações
Cidade de ilusões
Lixo urbano
No luxo cotidiano
Da burguesia
Cristais de dor
Nas casas
Sem calmaria...
Alta tensão
Fios do destino
Rompidos
Por um tiro
Por um grito
Gemidos de medo
De aflição
E o dia nasce
E continua
A viagem
O mesmo trem
Na contramão
A mesma estação
Velha saga
Karma
Mandalas do tempo
Em cada rosto
Uma multidão
De estranhos...
Nas entranhas
Solidão....

(Raiblue)





NO ARCO DA ÍRIS



Reparto minha face
Escondo a dor
Disfarces
Farsas ...
Sátiras
Da vida moderna ...
No asfalto
O palco das grandes cidades
Fantasmas ....
Picadeiro de sonhos
E malabarismos...
Aforismos...
Abismos
De eus
Repartidos
Espelhos
Embaçados
Sombras
Do passado
No arco da íris...
Prenunciando
Tempestades
No presente....
Trilhos urbanos
Vestígios humanos
Na trilha desse mundo
Insano ...
No meio do caminho
A flor e o espinho...
Sento diante de um rio
Que se enche com o meu vazio
Transborda minha dor anterior
No agora....
E a pupila se dilata
Túnel
Do tempo
Que não passa...


(Raiblue)





SELVAGENS DE TERNO



Lá vai o homem ...
Drummondiandando
Catando as pedras do caminho
Sem sapatos
Pés descalços
Zapata no coração
Lá vai o homem ...
Na contramão
Do sistema
Clamando revolução
Terra para pisar
Plantar os sonhos
Brotar nação
Despertar Zumbi
Nos palmares
E no sertão!
Lá se foi o homem...
Passos atrofiados
Pelo sangue derramado
Sobre o chão rachado
Pela disputa do espaço
Direito de todo cidadão
Erosão da vida, esvaindo-se
Manchando o céu da bandeira
Apagando as estrelas
Proclamando a ordem
Dos burocratas
Na desordem brasileira
Onipotentes mentes
Cordilheiras de imbecis
Leis de fogo
Nas mãos, fuzis
Tragicomédia humana
Homens se devorando
Primatas modernos
Selvagens de ternos
Brindando com o sangue
Da população
O império da corrupção!

(Raiblue)















Gustavo Adonias – Biografia



Nascido na cidade de Salvador, Bahia, em 1975. Tem formação em História, e é poeta (escreve desde 1996). Em 2000 participa da antologia “Grandes Escritores da Bahia”, publicada pela Litteris Editora, alcançando o 3◦ lugar. Em 2002, tem poesias publicadas no “João Mendes Jornal”, da faculdade de Direito Mackenzie, em São Paulo. No ano de 2007, participa da “Antologia Delicatta II”. Possui um blog de poesias (Vertigens Poéticas). A partir de 2007 produz versões em vídeo para suas poesias. Participa como colaborador do site cultural Overmundo.




BRUTO SUSSURRO, SUAVE GRITO





"Evoco o mais profundo silêncio



Em nome da palavra jamais pronunciada



Sílaba cortante



Língua morta



Ainda nem nascida



Pálida página perdida



Nunca escrita



A mais preciosa e amaldiçoada



Chaga alada presa na garganta



Palavra-abismo



Muda sentença



Minha condenação



A eterna busca



Do que não pode ser dito



Bruto sussurro



Suave grito..."



(Gustavo Adonias)





ESTAR EXILADO





"Estar exilado



É estar fora



Com a parte de dentro conectada a lembranças, uma origem





É chorar



Com lágrimas exportadas



Num lugar onde ninguém se importa





É travar uma guerra surda



Com o pedaço que ficou



Com a flor que permaneceu na terra que nos gerou





Estar exilado



É estar e não estar



É ir, sem que a alma nunca deixe de voltar..."





(Gustavo Adonias)





































ALMA TRAPEZISTA





"Ando no fio da navalha



Equilibrando-me na corda bamba



Sobre os estilhaços da vida



Que sangra lá embaixo





Tudo fere



Tudo é anjo e fera



Ando pela louca esfera



Em longos instantes vazios



Ante-sala dos momentos agudos



Que perfuram o meu mundo





Cego atirador de facas



Minha mira é uma seta



Entre o fim e o começo



Fogo que arde



E me consome



E some ao fim da lenta combustão





Comunicação com o fundo



De minha alma trapezista



Que se joga



Sem rede de proteção..."





(Gustavo Adonias)







ALMA GUERRILHEIRA



" Versos anti-aéreos



Guerra de letras



Bomba atômica na caneta



Palavras kamikazes



Disparando frases de efeito



Contra o peito aberto



Alvo fácil



Poesia-míssil



Arma contra o silêncio



Alma guerrilheira



Flores, poemas, trincheiras..."





(Gustavo Adonias)















































(E)LEVE-ME





" Leve minhas armas pra longe



Onde eu não possa mais encontrá-las



Leve essas mágoas



Além da curva do rio



Leve-me pra onde for



Dentro de ti



Pelos seus caminhos sem fim



Pelo grande sertão do seu corpo



Açudes e vontades



Leve como a plena pluma azul



Dos seus cabelos



Leve-me



Atraído pelo seu novelo



Ao fim da linha



Ao sim da senha



(E) leve-me..."





(Gustavo Adonias)



























TANTAS PORTAS



"Noite fria



Um vinho



Um verso



Doce vício



Todo um universo



Dentro do coração



Caminhos sem fim



Tantas portas



Passagens



Viagens



Chuvas internas



Azuis lanternas



Longínquos faróis



No mar que há em mim..."





(Gustavo Adonias)





































INVISÍVEL TRAJETO

"Somos um sonho de água e vento
Maleáveis por dentro
Contra o duro concreto das cidades
Erigimos castelos de areia
Com nossa última certeza
Pequena centelha que nos ilumina
Pescamos estrelas no poço de dentro
Mar alto contra o cinza do asfalto
Tateamos na escuridão do labirinto
Nosso mundo de espelhos
Que refletem o invisível trajeto
Ao fim do qual chegaremos sem máscaras
Ao centro de nós mesmos
Ilha de profundos desejos
Muito além da selva de pedra
Bem longe da guerra moderna
Do homem contra si mesmo."

(Gustavo Adonias)







































































NIETZSCHE(ANDO)





"A estrela



Que trago em mim



Brilha



Quase ofusca



A minha busca





O meu abismo



Me assusta



Mas tenho asas



E um ser que dança



Dentro de mim."





(Gustavo Adonias)

















































DRUMMOND(ANDO)



"Tinha um Carlos



No meio do caminho



Um gauche, um anjo torto



Que se fosse pedra



Seria um duro minério de ferro de Itabira



Seria rima



Não seria solução



E nessa vã filosofia



Outra estrela



Arderia



No Drummondiano



Coração



E a ciranda continuaria



João amava Teresa que amava Raimundo...."





(Gustavo Adonias)





































GIRA-VIDA



"Espiral azul



Você dando voltas no cabelo com o dedo



O mundo girando em um balé cósmico



Tudo gira



A vida desfila



Porta-bandeira em apoteose



Borboletas em redemoinhos



Folhas caindo em ritmo



Rodando



Você rodopiando à minha passagem



Paisagem em movimento



Moinho de vento



Tudo gira



Gira vida."





(Gustavo Adonias)









Flor Poeta, sua alma poeta mergulha no mais fundo do seu eu poético, profunda inspiração nos versos. Portadora de uma incansável sede em fazer poesia mostra nos versos a perfeição de sua alma poeta.




FLOR POETA

Flor Poeta é o heterônimo de uma poetisa de Maringá, no Paraná. Possui o blog:
http://florpoema.blogspot.com/, onde posta seus poemas.
Também publica seus textos no site:
http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=23130

Como ela se define em poema:
Tenho em minha pele o aroma da flor do campo
Exalo a poesia pelos poros
Sou feita de ternura e graça
Componho versos de amor
para extravasar meus sentimentos
Deliro ao fazer um poema
Como se estivesse a gozar...
Poemas de Flor Poeta:






1. Imersão

Quando mergulhas em meu ser
fazendo ondas mansas
com tuas palavras de carinho
molhadas em sentimentos nobres,
causando-me este desassossego,
percorrendo as memórias de todos
os nossos dias e noites juntos...

Minha vida! Entras em meu refúgio,
revelando nosso segredo.
Indelével amor que me domina,
quando te sinto em saudades
que nunca passam...
imersa em eterna esperança
em tons de arco-íris de chegada,
espero-te com a janela aberta
e com a alma desperta,
ansiosa para que me prendas em teus braços...



2. SENTIR

Sinto a suavidade dos teus lábios,
nessa misteriosa magia
de encostar tua voz na minha,
nesse momento tão terno
de te sentir inteiro,
em um só toque, eterno...

O calor do sopro
que segreda
todo o sentimento
na palavra "amo-te..."
sussurrada, mansamente,
ao pé do ouvido,
na voz rouca
que furta meu sorriso,
acendendo assim
as estrelas no meu céu.

O som que guardo comigo
quando anoiteço em ti
e tu amanheces em mim,
pleno de desejos,
cobrindo-me de beijos.

A vida é feita
desses pequenos nadas,
que acontecem a todo instante,
e o tempo vai perfumando
os caminhos que vamos traçando.
E o sonho vai se realizando
em meu coração de menina
que só tu sabes preencher...


3. Verso único

Desejo escrever num único verso

todo a imensidão do meu amor.

E nele também estará contida

a sutileza de meus dias de espera,

a dor que passei na busca incessante

por esse que tanto desejo,

que tanto anseio por seu beijo.

Um verso do tamanho de um planeta,

arrebatado de silêncios,

cheio de aromas densos.

Aquele que amo, então

em torno desse verso orbitará,

irremediavelmente livre,

satélite, asteróide, cometa,

deixando em minhas curvas

o calor de suas mãos,

abrindo crateras em meu ser,

habitando em meu viver,

penetrando em minhas entranhas

com a fúria de um furacão.

Um dia, um verso apenas bastará...


4. Percalços

No fino traço
me esbaldo
e me embaraço.
Versos falsos,
sem laços,
como pés descalços
a marcar o chão
com os percalços
de uma vida vã.
Sem abraços,
sem afagos,
levando a poesia
nos braços,
causando espanto
por onde passo.
Quisera conquistar
os espaços
de versos sóbrios,
em poemas mórbidos,
mas cheios de inspiração.
Porém, me resta o cansaço
expresso nos versos que faço
de dores, amores ou solidão.
Versos sentidos na alma,
às vezes nem reconhecidos
pelo ser que os fazem brotar
do solo do meu coração...


5. Incertezas

Se o amo? Não sei...
Só sei que eu o sinto,
como se aqui estivesse
e me furtasse a alma,
e me fizesse perder a calma,
e me esculpisse a pele,
e me fizesse Vênus,
nascida da força
desse provável amor.

Sinto-o em mim,
nessas manhãs tardias
em que o sol se demora,
como para manter a penumbra
onde nosso amor se aconchegará,
lento, ocioso e quente.

Sinto-o sempre,
e esse constante sentir
o transforma em presença,
tão forte que percebo seus braços
a me enlaçar, dando-me abrigo,
e sinto seu desejo intenso
de ficar sempre comigo.

Nem mais sei se o sinto,
se está mesmo presente
ou se deixei de ser eu mesma,
para beber em sua boca
o alimento da minha vida inteira.

Se o amo? Talvez...
Mas a certeza que tenho
é que miro o céu e o alcanço,
sonhando com suas carícias,
com seu toque suave, a me deixar louca,
e com a doçura voraz de sua boca...


6. Momento eterno

Desejo desperto
pronto a desabrochar
numa extasiante alegoria
que me enche de alegria
encontro de bocas
e línguas ansiosas
peles que se roçam
num doce acariciar
sede de prazer
que em tua boca
vou matar
tesão que aflora
de meu íntimo
sem demora
saciar-me de ti
é tudo que quero
alimentar-me assim
de teu gozo, eu espero
e num desejo sem fim
nos amarmos para sempre...


7. HOJE

Eu, que tanto esperei,
que queria tudo ontem,
hoje não me resta nada
a não ser o pó da estrada
por onde partiu aquele que amei.
Hoje retiro as adagas do peito
que sangra sem contenção,
fazendo-me perder a razão.

Eu, que um dia, cheia de desejo
esperei o abraço, a boca, o beijo,
hoje me despedaço, e me atiro
no fogo ardente da desilusão
tentando arrancar essa paixão
que em mim habitou tanto tempo.

Abandono-me ao desalento,
há um monstro a me torturar por dentro,
abrindo a ferida do amor perdido,
corroendo as fibras do coração ferido.
Deixo emudecer as luzes,
desmanchando as fantasias
que juntos bordamos em telas de sonhos.

Deixo-me ficar aqui,
estirada em mim mesma
em busca de algo que me redima
dessa dor, de todo esse clima
de história de amor com final infeliz.



8. Versos perdidos

Versos escorrem

de meus olhos sem brilho

é o fim da esperança

de meus dias de delírio.

Deixam meu ser de forma breve

tocam a face, de leve

precipitam-se ao chão

e se desfazem na imensidão.

Não posso mais juntá-los

no papel das emoções

estão fadados e se perder

no rio das desilusões...


9. AMPLEXO

Na superfície da pele
brota um arrepio, de leve
ao mais breve toque, a despertar

Surge o desejo incontido
ouve-se o som de um gemido
braços se enlaçam, destemidos

Os olhos se encontram, se miram
os corpos colados se destinam
um ao outro, na ânsia de amar

Tudo se inicia com um amplexo
e culmina com o ato do sexo
sensível maneira de se entregar

No clímax, no misto do suor
movimentos, ritmo acelerado
mas sem perder a emoção

Um não sei quê de delírio
nos olhos percebe-se o brilho
de quem cultiva a paixão

E depois os sorrisos serenos
a ofegante alegria do amor pleno
o abraço de novo, as almas a sonhar...


10. Vestida para amar

Estou vestida apenas
para amar...
duas gotas de perfume,
um par de brincos
e um colar...

A alma já está desnuda
de toda censura e pudor,
ansiosa, espero seu toque,
à meia luz, em nosso ninho de amor...

Complete minha nudez,
sorva meu cheiro de fêmea,
faça-me uma amante plena,
componha comigo esta cena...

Explore meu corpo ao extremo
até o romper da aurora,
o tempo e o espaço são nossos,
não há amanhã, só o agora...


11. FOGO

A tarde é feita de fogo
e eu te pressinto, meu amor,
no calor que domina o meu corpo,
na ânsia de estar junto, absorto,
aplacando desejos, sonhando acordada
e me incendiando com tuas carícias e beijos.

É fogo o encontro dos nossos corpos,
trepidar de intrépidas labaredas,
brasas que queimam o peito,
o ventre, as bocas acesas.
Lava incandescente de vulcão,
chama que aquece o coração,
é assim meu desejo por você,
"a ferro e fogo" faço o amor acontecer...


12. Desejo de Poeta

Quero um poema pensante
afetado por desejos sóbrios,
alucinado, sensível, delirante.
Quero versos sublimes, aconchegantes,
exclusivos, efusivos, ofegantes...

Espero a expressão mais sincera,
o brilho de uma rara quimera,
o sol a nascer, depois da fria madrugada,
a luz que clareia a estrada,
trazendo em si a paz almejada.

Suplico o bem que não fiz,
quero, um dia, poder ser feliz,
mesmo que seja em rimas,
em linhas suaves e femininas,
deixar transbordar a esperança,
sorrir ao vislumbrar a bonança,
viver na e para a poesia,
acolhendo versos de amor e alegria,
revivendo universos de paz e harmonia...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Poetas Homenageam do Dia Mundial da Água


Poema ao Rio Paranaíba I

Eis que desce suntuoso,
levando em seu leito a grande quantidade
de líquido, recolhido em suas passagens
que hoje se tornam miragens.

Vi águas correndo em grande volúpia
pelo seu leito, a emoção arrebentava
no peito, tremor... temor...
para muitos foi horror.

Hoje o vejo tristonho
sobre o travesseiro risonho,
seguindo seu curso, altaneiro
porém, perdeu bastante, ó guerreiro!

Quase nú o encontro, sem pudor,
no mais completo abandono,
perdeu muito da beleza e esplendor,
perfeições que eras dono!

Perigoso e fatal, já pensei até no mal.
Fostes sepulcro de cristal
para muitos agonizantes
ontém, muito mais que antes.

Marta Peres




Poema ao Rio Paranaíba II

Eras para mim um espelho!
Em suas águas contemplei minhas mágoas,
Sentindo medo, enfrentei o abismo,
devagar fiquei de joelhos, acariciei suas águas.

Grande rio de minha infância!
Muitas vezes correu taciturno,
És o oásis em que sonho suas ondas navegar
Em que trago em volúpia o vinho da suadade.

Sentindo o coração vibrar
O vejo na lembrança
O balançar de suas águas soturnas
Num cadenciado melancólico e noturno.

Mergulharei a fronte em suas águas,
Passarei pelas suas portas
Sentirei o balanço de suas ondas
Meus olhos verão a sua amplidão
Depois, nada mais importa...

Marta Peres





Poema ao Rio Paranaíba III

Restou saudade, misto de medo
por causa da pouca idade,
com grande ousadia, das pedras com
minha irmã desci chegando à sua margem.

São Simão, em baixo da ponte velha
coloquei os pés nas águas revoltas,
senti no corpo o medo, temor...
extasiei, senti horror.

Era jovem e nada temia,
Na mente grande ousadia,
Ver, sentir, tocar, era o que mais queria,
Ter prazer, era alegria!

Tantos cadáveres em seu leito!
Já não choras no peito,
seu travesseiro encharcado
do sangue derramado.

Hoje vejo que não ostentas no leito
A quantidade que outrora mantinhas
E todo o seu esplendor foi desfeito
Saudade! fica gravada, nas entrelinhas

Marta Peres


Poema ao Rio Paranaíba


FINAL

A beleza e o esplendor,
Deixou saudade
Da riqueza e de toda
Celebridade
Vejo agora!
A triste realidade
Tantos cadáveres
Em seu leito, jazia
Como vagas visões
Que a sombra procria,
ante aos olhos rígida algema,
ainda vejo tristeza
Que não alivia,
ao lembrar que no seu leito
ficou algum, que muito sem jeito
não conseguiu fugir
das suas águas revoltas,
sucumbindo, morrendo
após dar tantas voltas!

Jane Rossi e Marta Peres




Purificação

Mar bramia e chorava
Céu, estrelas brilhando
Vento soprava, uivava
Ondas do mar bailando

Parada, atônita, apenas olhava
Ondas gigantes vindo rumo à cidade
Era apavorante, porém admirava,
Meu coração não via perigo nem maldade.

Pessoas corriam como um raio,
Atordoadas pelo que sucedia gritavam
E o mar enfurecido chegava, era mês de maio
Águas amargas das geleiras choravam.

Lágrimas de sangue derramei,
Filme passava ante meus olhos em cena rápida
Até que percebi meu crime, chorei.

Dor e sofrimento vivi nesta hora,
O mar chegou lambendo tudo, levando-me consigo
Para águas profundas do oceano, meu castigo.

E o acerto de contas da natureza foi feito,
Olho por olho cobrado, gelada de medo
Notei o aquecimento das geleiras, veio dor no peito
Entreguei-me às águas...

Marta Peres




Conto do mar...

O mar ... águas...
suaves caricias...
o olhar se perde...
percorre ...ao longe...
o outro...
outro lado...
outro mundo...
espera...
não vem...
imagens ...espelhos
reflete na mente......
sente...
mergulham na imensidão...
uma busca...
mãos que se molham...
distraídas...
atraída...
brilho...
uma gota ...
outra...e outra...
dança...é hipnose...
no mesmo transe...
as sandalias que caem...
mergulham os pés
buscam...a frescura...
prazerosos...sentem...
a água...a água...
as ondas ...
que brincam...
lembranças...que voltam...
imagens e risos...
o som que é silencio...
é estar...sem estar...

25/03/08-10:50hs
Leninha.






O Mar

O mar é um sujeito forte e gentil que, para evitar o chocante contraste estético, criou um faixa de areia. Assim exercita sua beleza humilde sem magoar a terra bruta.
Onde a terra insiste em se defrontar apresentando as rochas como armas, quando o mar somente quer que suas ondas possam descansar suavemente na praia, ele simplesmente se defende.
Então as açoita na maré cheia e nas tempestades mostrando que é valente, porém logo as acaricia na calmaria, em sinal que seu coração sempre clama pela paz.
Fonte de inspiração para as almas poéticas, do fascinado pescador ao lavrador.
Nas noites quentes de luar, seu suave requebrar é como uma canção de ninar que nos convida a repousar a cabeça sobre as dunas, tendo como aconchegante edredom às rendadas ondas a nos refrescar.
O mar, seguido com o artigo masculino, exerce o fascínio do pai, mas com a função dos dois gêneros, basta mudarmos o artigo que faz lembrar a mãe, que se transformará em A mar.
Imensidão de água que nos acompanha por toda a vida, pois crescemos protegidos pela água desde a fecundação, que permanece em nosso corpo irrigando a vida. É do seio do mar que o pescador retira o seu sustento e também nos alimenta.
Na profunda imensidão e perenidade retrata a alma e sua imortalidade.
É cenário dos grandes amores, caminho do progresso e dos descobridores de novos mundos e universos interiores.
Retratado nas mais nobres melodias, nas artes e no dia a dia, espalha sonhos e magia no coração da humanidade.
Belo por natureza nos recebe de braços abertos, lavando as tristezas e purificando as energias para encher de esperança os novos dias.
Recebe em oferendas, sonhos e os pedidos dos mais íntimos segredos e sem promessas, devolve alegria em forma de esperança pra a luta de cada dia.
Afogado de felicidade nos convida a valorizar e viver a plenitude da vida.
É o mar, com sua água salgada, que faz mais doce o nosso viver.
Desde a infância e até depois de partir, vou sentir saudade de te ver a cada amanhecer...
Quando as minhas cinzas em ti se banharem, será o beijo de despedida de mais uma partida.
Sua eternidade me dá a certeza de um dia te reencontrar e em tuas águas me banhar, para novamente saciar o nosso amor.

Pauletto







Terça-feira, 25 de Março de 2008
ÁGUA * por Marferart


Água que bebi, água pra nascer, oxidada, quimera amniótica, água de tecer o ser
Água do milagre, da utópica bolsa mágica, da conserva no útero à arder
Água pra brotar, alimentar e ferver a existência, amar, fartar ao aquecer
Água da força, do sopro pra mover, do prazer, água para arremeter ao viver


Água de banhar, lavar, ceifar o mal, de refazer a luz, pra repecar, revigorar
Água pra limpar a alma, pra alimentar, revitalizar, pra benção, mea-culpa
Água para clarear, tratar, pra ensinar o caminho da barriga mater, de tornar ao lar
Água pra lavar as mãos, pro lava-pés, contrição litúrgica, perdão, confortar

Água que verti, retive, na virilha, no joelho, água ardente, de cuspir, de rasgar, de irrigar
Água de conduzir energia trôpega, de emergir, fundir, de beber no bar, de nadar, se encharcar, embriagar
Água doce, H2°, mineral, salobre, de bica, mijo, suja, vala, valão, pra emporcalhar, lambuzar
Água de declive, cry a river, calhas, caixas, de correr, colher, molhar, regar, alagar


Água que chorei, pranteei, que rasguei, que sangrei, da carne, da boca, de fazer amor
Água que sorvi, que lambi, nos sulcos, hímens, mucosas complacentes, no odor
Água de correr, descer, banhar a terra, chover, nas estações, limpa e sem cor
Água de ferver a máquina, de mover o mundo, marés, o mar, ácida, de matar, calor, a dor

Água de Recife, Tietê, do Guaíba, Além Paraíba. Águas de março, de Fernando de Noronha
Águas de Veneza, São Francisco, do Nilo, Tamisa, Danúbio, Tejo, Sena, Jordão e do Amazonas
Águas de Perito Moreno na Patagônia, de Briksdai, Sorata, Lyman, das bacias de Minas
Águas do Everest, do Kaikoura, das Cataratas do Iguaçu, do Kathmandu, do Niágara


Água oceânica, rumorosa, ruidosa, volumosa, sobre tectônicas placas surdas
Águas transatlânticas, de golfos, diamantíferas, canal do Panamá, triângulo das Bermudas
Água de benção, de batismo, de cura, de cheiro, de axé, de lenda, nos rios, nas chuvas
Água da terra, sonho pra salvar a espécie, enquanto houver espécie, esperança de água em outros planetas, absurdas?

Água, que parece tanta, né? Parece farta, parece muita
Inverossímil, lenda, fé, parca, pelo ralo sem alma, finda
Insalubre, berra socorro ao insano ser humano, grita
Que o Senhor nos permita, que pra sempre exista
A água linda, água pura, água querida, água viva, água da vida




ÁGUA

Água que bebi, água pra nascer, oxidada, quimera amniótica, água de tecer o ser
Água do milagre, da utópica bolsa mágica, da conserva no útero à arder
Água pra brotar, alimentar e ferver a existência, amar, fartar ao aquecer
Água da força, do sopro pra mover, do prazer, água para arremeter ao viver


Água de banhar, lavar, ceifar o mal, de refazer a luz, pra repecar, revigorar
Água pra limpar a alma, pra alimentar, revitalizar, pra benção, mea-culpa
Água para clarear, tratar, pra ensinar o caminho da barriga mater, de tornar ao lar
Água pra lavar as mãos, pro lava-pés, contrição litúrgica, perdão, confortar

Água que verti, retive, na virilha, no joelho, água ardente, de cuspir, de rasgar, de irrigar
Água de conduzir energia trôpega, de emergir, fundir, de beber no bar, de nadar, se encharcar, embriagar
Água doce, H2°, mineral, salobre, de bica, mijo, suja, vala, valão, pra emporcalhar, lambuzar
Água de declive, cry a river, calhas, caixas, de correr, colher, molhar, regar, alagar


Água que chorei, pranteei, que rasguei, que sangrei, da carne, da boca, de fazer amor
Água que sorvi, que lambi, nos sulcos, hímens, mucosas complacentes, no odor
Água de correr, descer, banhar a terra, chover, nas estações, limpa e sem cor
Água de ferver a máquina, de mover o mundo, marés, o mar, ácida, de matar, calor, a dor

Água de Recife, Tietê, do Guaíba, Além Paraíba. Águas de março, de Fernando de Noronha
Águas de Veneza, São Francisco, do Nilo, Tamisa, Danúbio, Tejo, Sena, Jordão e do Amazonas
Águas de Perito Moreno na Patagônia, de Briksdai, Sorata, Lyman, das bacias de Minas
Águas do Everest, do Kaikoura, das Cataratas do Iguaçu, do Kathmandu, do Niágara


Água oceânica, rumorosa, ruidosa, volumosa, sobre tectônicas placas surdas
Águas transatlânticas, de golfos, diamantíferas, canal do Panamá, triângulo das Bermudas
Água de benção, de batismo, de cura, de cheiro, de axé, de lenda, nos rios, nas chuvas
Água da Terra, sonho pra salvar a espécie, enquanto houver espécie, esperança de água em outros planetas, absurdas?

Água, que parece tanta, né? Parece farta, parece muita
Inverossímil, lenda, fé, parca, pelo ralo sem alma, finda
Insalubre, berra socorro ao insano ser humano, grita
Que o Senhor nos permita, que pra sempre exista
A água linda, água pura, água querida, água viva, água da vida




A GAVETA FRIA * Marferart
A Gaveta Fria

É tão grande o frio nessa escuridão
Porque bate surdo meu coração?
Daqui, ouço o choro do filho e da filha
As estórias contadas, coisas da minha trilha
Prantos e risadas entre toda a família

É tão grande o gelo que brota do chão
Porque transpira fria a paralítica mão?
Daqui ouço o grito uníssono dos entes queridos
Comentários gentís, elogios sutís dos amigos
Congraçamentos, lamentos, a dor dos gemidos

É tão grande o inverno no vão do porão
As vozes se calam, se perdem, se vão?
Ao longe rumores se despedem em vida
A mim a morte abraça, como amante querida
Mas meu pavor vem da pele, semi-derretida

É imenso o torpor do derradeiro clarão
O grito mudo, na contra-mão do caixão?
As vozes fugiram, se foram pra rua que urge
E quis gritar, debater-me contra a parede que rude
Mas fecharam-se as portas da dor. O insólito se insurge


Umedece o algodão (no nariz) ante a secreção
O medo e a saudade se irmanam na solidão?
É denso o lamentável odor do corpo inerte
A carne já não resiste ao calor. Pútrida, fede
Tantas flores, que horror! Essa mosca, esse verme...

............................................................................................
Quem lembrará agora do que partiu?
Dormirei tanto pela eternidade afora
Talvez até sonhe com a vida, se de fato existiu

Prevejo um frio enorme nessa gaveta de morte
Mas acho que estou com uma baita sorte

Duro é uma cova rasa em noite de chuva
E essa vizinhança muda, abi (surda)?
QUE DEUS NOS ACUDA!!!





Água

Vida que se faz escondida
Que alimenta muitas vidas
Mata a sede, gera a vida.

Vida que desce pelas pedras
Que permeia os campos
Fecundando a terra

Vida que refaz a vida
Que na terra está contida
Que em certos lugares
Já não tem mais vida.

Vida que surge entre rochas
Desce pelos montes
Caminha nas planícies
Que se encontram nos vales
Desaguando nos mares.


Vida que não é cuidada
Que é sempre provocada
Por muitos contaminada.

Vida que é destruída
De forma inconseqüente
Matando de sede muita gente

Vida que precisa ser respeitada
Para que a geração futura
Dela possa ser beneficiada


Ataíde Lemos



DEPOIS DA TEMPESTADE

Jenário de Fátima

Meio dia... Uma da tarde... Tempo quente...
As nuvens se avolumam, se amontoam,
Raios riscam os céus e trovões troam,
A tempestade faz-se de repente.

Mas logo a chuva cessa... águas correntes
Se escoam pelos ralos que as escoam,
O sol reaparece e as nuvens voam...
Deixando um arco-íris de presente.

A vida é feita assim... a natureza,
Alterna-se entre risos e tristeza,
Se faz por entre bens e dissabores...

Estou vivendo em plena tempestade,
Porém quero ganhar, no fim da tarde,
O encanto do meu arco-íris de mil cores!





ÁGUA DA MINHA SEDE


Nessa água em que sacio minha sede
Encontro todas as forças essenciais
Seja em cascata, cristalina ou em rede
Interligadas nas águas dos mananciais

Bendita água que a natureza produz
Água de fonte, de chuva, de regato,
De rios caudalosos, água de luz,
Que me acolhem em seu regaço...

Água serena de lago profundo,
Água em abundância como cachoeira
Serpenteando pelos caminhos do mundo,
Gerando flores à sua beira...

Água, fonte do universo,
Água, fonte de vida e calor,
Eu lhe reverencio nesses versos
Onde lhe declaro meu amor!



Sônia Maria Grillo
(B@by®)



28.01.2004
Vitória-ES






Córrego

Trago-te nas mãos em concha
esses versos de água corrente.
Ofereço-os! Bebe e refresca-te!

Queria trazer-te suntuosos poemas:
estrofes jorrando em cachoeiras,
lagos espelhados de metáforas!

Mas ofereço essa poesia córrego,
fluindo humilde entre as rochas!
Mas vês, é cristalina!
E prova-a, tem o gosto
secreto e mineral
da terra em suas entranhas!

Lenise Marques




SONETO DO RIO DA VIDA



A vida no se curso é tão estranha!
Paixões, poemas, flores e tanto acaso
E nesse acaso de paixões, de flores e poemas
De dois se forma um “pra todo sempre”.

Mas ocorre que entre os dois há o rio da vida
Um rio tão caudaloso e cheio de perigos
Quando parece manso ele se enche de tormentas
Que naufragam e afogam os sentidos

E assim, por naufragar todos os sentidos
O rio da vida destrói pra sempre todo acaso
Na tormenta de suas águas caudalosas
Se vão paixões, poemas, flores e os sentimentos.

E as duas vidas que “pra sempre” eram só uma
No rio da vida, naufragam sós, jazem sozinhas.




Adriano Hungaro




SONETO DO RIO DA POESIA

É tão frio teu coração quanto esse fogo
E o fogo para mim é só saudade
Teu calor me abandonou... ontem à noitinha
Com a fogueira que terminou um pouco tarde

Somos rios que não se encontram na descida
Eu sou poeta e você é poetisa
Somos partes de uma história mal vivida
Entre as curvas do caminho dessa vida

E entre as curvas do caminho não há fogo
Entre nós somos só meras metades
O amor que nos queimou agora é jaz
E pelas curvas desse rio há só saudade

Até o dia em que desaguarmos em pleno mar
Como poeta e poetisa... a nos amar!


Adriano Hungaro


EXTENSÃO
Oswaldo Antônio Begiato

Vivo a frescura da nascente
De onde a água brota virgem
E se deixa fecundar pela terra:
Nascença natural dos rios.

Vivo a naturalidade dos rios
Por onde o leito se exibe:
Longa estrada a caminho do mar
Imenso mar de imenso horizonte.

Vivo a imensidão do horizonte
Por onde a tua curva vagueia serena
Como espreitadora da minha vastidão:
São carícias que não ouso recusar.


H20

Seu desafio: a terra molhar

E em tudo fecundar,

Saciar e matar a sede.

Forma redemoinhos,

Enfrenta pedras,

Evapora...

Seu desafio, não morrer,

Evitar a seca e a desolação.

Anônima jorrando

E formando correntezas

Seguindo seu curso natural

Quem sabe espera

Educação Ambiental

Dora Dimolitsas



NAS ÁGUAS

escorre no corpo
líquida e quente
alimenta veias e fibras
semeia sementes

por entre ossos
mistura-se fervente
ao sangue que vibra
viços abundantes

A mulher de pé
é qual ilha
dotada de água
desagua por todo lado

olhos mansos
derramam lágrimas
seios fartos
pingam leite
ventre macio
jorra o mel

o que mais quer
molhada de suor
que bate à fronte
da lida constante
é água de beber

mergulhar no espelho d'água
afundar na nascente do prazer
prazer que sente ao eriçar os pêlos
cravejados de gotas brilhantes
.
Soninha Porto


Riozinho

Meu orgulho esta nas gotas
Que compõe o ribeirão
Vindo lá do infinito
Escorrendo no labirinto
Vazando pelos rochedos
Banhando mato rasteiro
Das entranhas deste chão

Rosa branca lá do campo
Riozinho desta terra
Minha vida espelha em ti
Leve e solta, bem serena!

Molhaste minha face
Mostrando-me como nasce
Vida nova no sertão.

...........” Catarino Salvador “.





*O bem maior*
.
de todos os bens
que o homem herdou
da vida na terra
que podemos ver,

as flores, os bichos
a mata, o verde
o amarelo, o azul
e todas as cores
da imaginação...

só FOI possivel,
por causa da água...

só É possível,
por causa da água...

só SERÁ possível,
se o homem entender,

que a ÁGUA, que o homem
precisa, apenas precisa,
do respeito do HOMEM.

(Marçal Filho)







O FIM DA ÁGUA


O silêncio do rio não tem voz;
Seu grito é doloso à alma
Que diante do homem atroz
Polui o leito sem calma!

Meu rio grita sem rio. Nem lago
Imita a precisão dos rios infinitos,
Mas é doce a intenção do afago
Com a Natureza de rostos bonitos!

Somos os Rios incapacitados,
Sem lago, sem riacho, sem leito,
Sou das suas máculas um dos citados...

E sobre seu curso desfeito,
Meu pranto salgou sua água,
Agora, meu coração deságua...


Carlos Máximo




A ÁGUA TEM SEDE

Sem cor, sem odor!
Até quando resistirá
a nossa água incolor?

Fonte de vida!
Aquarelada por estúpidas mãos humanas,
agora és colorida!

Cinza chumbo,marron petróleo,verde escroto...
E seu nada perfumado
cheiro de esgoto!

Água poluída!
O homem te condenou.
Traída pelas mãos que já lavou!

A água tem sede!
E avisa o pescador
que recolhe a rede sem peixe.

Desperdiçada, ela seca!
Vítima da indiferença do homem
que peca.

Que reste uma gota,
para que eu molhe minha garganta seca,
rouca pelo meu grito de alerta!
Cuidemos da nossa água,
enquanto ainda ela surge da torneira aberta!

(Mell Glitter)





CÂNTARO DE AMOR

Sigo...
e em silêncio
minha alma cigana vai buscando
trilhas estreitas e floridas.
E caminho entre curvas verdejantes...
percebendo que por ali
a felicidade
tem cheiro de terra úmida
e a mata tem seu perfume...

Levo o meu cântaro
e vou sedenta
ao encontro da fonte...
da água preciosa e pura...

Junto à nascente
eu sentar-me-ei...
e como sempre
glorificarei a pureza
daquele místico recanto...
onde a energia divina da singeleza
se faz em fonte de amor.
Um santuário de harmonia e leveza.

Onde a brisa
suave e fresca
balança e assovia
como uma flauta doce...
a tocar com ternura
uma melodia celeste
que aos poucos se mistura
ao som das águas
que jorram da fonte...

E no final da tarde...
eis que meu cântaro amado
retornará repleto
dessa água cristalina
e envolto
em insofismável luz...

de: M.Vallentine (poetisa menor)



"SINERGIAS DA ÁGUA"
ESSE QUADRO TEVE UM PRÉMIO NO INSTITUTO DAS ÁGUAS DE PORTUGAL




"VÓRTICE DE ÁGUA"

Rio substantivo
boca de duas margens
dragado pra não morrer

Gota a gota te afogaram
em
corrente de foz nenhuma


sede! cálice! água
seco como a mágoa
dum deserto a acontecer

Foram-se embora os cisnes
que no teu dorso
já não fazem amor

linhas de vidro rasgadas
dor jorrada em fontes mágoa

Boca de duas margens
líquido exangue a morrer

LuizaCaetano




"ÁGUA COMO A SEDE"

Rio substantivo
boca de duas margens
dragado pra não morrer

Gota a gota te afogaram
em
corrente de foz nenhuma


sede! cálice! água
seco como a mágoa
dum deserto a acontecer

Foram-se embora os cisnes
que no teu dorso
já não fazem amor

linhas de vidro rasgadas
dor jorrada em fontes mágoa

Boca de duas margens
líquido exangue a morrer

LuizaCaetano



"VOZ DA ÁGUA"

Vem,
como a secreta voz da água
Sobre o Rio que te espera
de alegria incendiada

Se vieres
de madrugada
te espero à beira fonte
junto à seara do pão

Tanta fome!
Tanta sede!

Veste-te de branco
e
vem
rumor de pássaro breve
súbita rosa de mágoa
nevegada em alvas velas

aceno-te
como quem despe
um ritual de emoção

Rosa de água!
Rosa Pão!

luizacaetano



Gosto


Enquanto substância
Variante
Voa namora
Ser incenso
Cascata sobre mim
Meu olhar
Por um amanhecer
Nascente
Escoando as letras
Amor
Quântico
Como o raio
Na arte das águas
Com efeito
Quero a delicadeza
Deus
Ares, Ares, Ares


Claudia Almeida



Oxigênio


Penso em acompanhar você
Num cinema, na praia ou numa visita
Depois de um tempo na faixa corrida
A cidade já é perfeita súbito beijo na área
No mês das águas já não choro no leito
Pois deito em seus braços pacíficos
Já não sinto o buraco negro, nem ligo
Lencinhos só no pescoço...
Transformo minha caça em tesouro
Como último recurso... entregaram o amor
E descobrimos no fundo um balneário
Entre os seres mais admiráveis que estão por vir
Que muitas correntes nos levam ao encontro
E os mergulhadores a boca de um vínculo
A prova d’água e por uma descoberta
Anelam pela vida as algas e o oxigênio.
O que foi, o que é, o que será ?


Claudia Almeida





Previsão de Tempo

© Nathan de Castro





Tem um “mar morto” engarrafado em recipientes de água mineral, enlatados, refrigerantes e bebidas de todos os tipos.
Tem um “mar morto” dentro de caixas-d’água, piscinas, redes de esgoto e de distribuição de água.
A Terra reclama. A Terra é um ser vivo e como tal, precisa de água para sobreviver e o instinto de sobrevivência fala alto.
Assistimos ao degelo polar, que nada mais é do que uma defesa do Planeta. Falta água? Vamos ao degelo.
Há milhares de anos, os dinossauros ameaçaram a vida da Terra e foram dizimados pelas células de defesa ou, talvez, por algum remédio aplicado pela mãe Via Láctea. Uma injeção de meteoros, por exemplo... Tratamento de choque.
As células de defesa se apresentam em forma de sinais da natureza: furacões, tufões, terremotos, tsunamis e tantos mais...
Parece que não bastam para parar a ofensiva desse novo predador: o homem.
Para um doente que caminha a passos largos para o estado terminal, existe a necessidade de exterminar ou dizimar o vírus. Esse vírus que fabrica gases tóxicos, agride as membranas do pulmão, injeta bilhões de litros de esgotos por dia nas veias do planeta...
O mar, coração da Terra, continua a pulsar forte, mas o desequilíbrio é evidente. O vírus continua a extrair daqui e transportar para outros cantos do corpo terrestre, milhões de toneladas de ferro, petróleo, madeira e tudo o mais que se possa transportar, inclusive para a órbita do planeta.
As intermináveis queimadas provocam chagas profundas e lançam na atmosfera a fumaça da destruição e a Terra chora chuvas ácidas.
A temperatura aumenta. A febre é quase insuportável e a Lua, impassível, assiste atordoada à mudança das cores do Planeta Mãe.
Não. A Terra já não é azul.
Tem um cinza envolvendo a poesia dos mares e montanhas. Tem concreto demais, tem asfalto demais e os poros obstruídos provocam as enchentes dos rios. As metrópoles sofrem.
As águas descem a ladeira da velha cidade.
Uma criança brinca de chutar a enxurrada. A esperança está ali, nos pés e mãos da criança que traz o sorriso e o brilho da poesia nos olhos.
Infelizmente, a vacina vence. A criança cresce e as palavras não chegam aos ouvidos dos vírus detentores do poder.
No peito do poeta fica um vazio de mil beijos lançados ao vento e a sensação de impotência, quando o planeta pede colo.
A previsão é de mais um dia de sol.

A Terra pede colo e a lua estende o manto
da morte sobre o corpo da Mãe Natureza...
Se a morte pode o beijo, o abraço e o acalanto,
pode o destino, o sol e os lábios da nobreza.

Se a vida é uma canção sem volta, todo pranto
é inútil, pouco e cabe no olhar de tristeza
da estrela que admite os sons de novo canto,
para cumprir a sina e a escrita sobre a mesa.

É preciso voltar ao tempo das cavernas!
Reescrever a história do planeta Terra
com tintas de poesia em telas de mudanças.

É preciso salvar o verbo e essas eternas
poeiras de paixões, o ar, o mar e a serra,
para evitar que o homem mate as esperanças.





Poema das águas

Sereno remanso de um lago
ou fúria incontida de mar bravio
fluida carícia, prenunciando o cio
pingos de chuva a lavar a alma
orvalho da noite a transmitir a calma
seiva que gera a vida
lágrimas de uma triste partida
suores misturados a amores
águas que lavam as dores.

Fontes que antes eram puras
hoje degradadas e sujas
demonstram a ignorância
do ser humano, em sua inconstância
ao poluir e desperdiçar
sem ao menos consciência tomar
de seus atos inconseqüentes.
Leitos de rios secando
a natureza se lamentando.
A sede de poder é maior
que a sede dos pequeninos.

A vida está ameaçada
pelo descaso da humanidade
que age por egoísmo e maldade
desafiando as leis do universo
e mesmo que haja esses versos
criticando tais atitudes
o homem não pensará com o coração
e prosseguirá com a destruição
de si mesmo e de seus semelhantes
matando de sede seres inocentes
poluindo as águas de todas as gentes
devido à sua ganância, que não tem perdão...

Flor Poeta


O Nascer das Águas

Lentamente vem descendo,
cortando plantações,
criando vertentes,
circulando ilhas,
saciando antolhos do bojo
em dias de franco calor!

Gera praias e piscinas
em sua crista natural

Divide-se em braços,
nas noites de lua cheia
torna-se cancioneiro
de pequenas naves
que fluem no fino
limiar do beijo artesão!

Espelho por sua própria virtude
reflete o truísmo de seu monge!

Auber Fioravante Junior
- 30/Janeiro/2006 – 20:06 hs


Cristalina

Cristalina a maior riqueza
Que o Universo ainda não
Sabe seu real valor...
Cristalina na fragilidade
Quando lhe falta zelo
E amor...
Cristalina na memória
Quando for apenas
Raridade em um planeta
Que a dizima, extingue em
Ação bruta e inconseqüente...
Cristalina no esquecimento
Água pura...
E todos morrem de sede!...

(Cida Luz)
24/03/08



Fecunda nossa Terra

Água que brota do seio do mundo
Fecunda nossa terra
Faz brotar em nós a flor da esperança
Atendei os propósitos concedidos pelo arquiteto do Universo
Fazei brotar no coração dos irmãos a sementeira do amor
Atendei ò terra fértil ao chamado dessa água que
Te entranha
E te fecunda
Fazei brotar no coração dos irmãos
A sementeira do amor
Atendei ò terra fértil
Os propósitos que Deus te destinou
Cria os filhos teus
Dá dê beber a quem tem sede
E clama no deserto da dor
Árvores frondosas de amor
Sejam erguidas na soleira da porta do mundo
Erguei tuas mãos aos céus
Fazei descer sobre nós a chuva da temperança
E por fim em nossos corações
O amor fraternal
Fecunda nossa terra.

Rosane Silveira

A seca do sertão


Vi o dia amanhecendo
vi o cair da tarde
vi a noite chegando
vi o rio transbordando
e vi seu leito estorricado

vi a chuva abundante
molhando a plantação,
vi uma seca tão grande!
Queimando todo sertão.

Vi o caboclo cantando
de alegria pela chuva
vi o caboclo chorando
é a seca meu irmão
vi o gado todo gordo,
pastando lá no sertão
vi todo gado morrendo
por falta de plantação.

Vi a água lavando
as estradas do sertão,
e vi a seca matando
toda vida do sertão
vi o caboclo clamando
chuva para o sertão
e vi a chuva caindo
por causa da oração.

De: Terezinha C Werson.
Isto é verdade acontece no
sertão Norte e Nordeste.


Chuva abundante

Agora falarei do sertão
Bonito todo verde
Arvores adormecidas
Que de repente
Despertam e florescem.

Chuva abundante
Rios transbordando
Riachos e cachoeiras
Lagoas e cacimbas
Tudo belo!
Todos transbordando
Foi água que veio do céu

Isso demora a acontecer
Depois de uma seca cruel
As comportas do céu abrem-se
É lindo! de se olhar
Campos floridos...
Rosas abertas,
Botões se abrindo,
Tudo tão verde
Que dá gosto de olhar.

O sertão tornou-se fértil
As crateras se encharcaram
O gado ficou bonito
O caboclo mais alegre
Sua alma transbordando
De tanta felicidade
Pois tem muito o que colher.

pássaros em revoadas
parece ate festejar
aquela chuva abundante!
O amanhecer esta mais lindo
Orvalho cobrindo tudo
Estradas molhada
A poeira foi embora
Caboclo agora agradeça
Toda essa chuva de benção
Que nesse sertão caiu.

De:Terezinha C Werson

10/1/2007




Chuva na vidraça

Atravéz da vidraça da janela
Olho para o infinito,
Chuva, trovões, e relâmpagos.
Chuva caindo no telhado,no chão,
E sobre as árvores
Parece uma cortina,
E o vento levando, de um lado para o outro
E um barulho tão grande!
Querendo me entristecer.


Novamente olho o infinito.
Ouço uma musica
Em algum lugar do passado.
Então, entro no passado
Ando na chuva descalça
Não tenho medo dos trovões
Nem dos relâmpagos,
Nem do vento
Novamente olho o infinito
Ouço uma musica
Em algum lugar do passado

.
Então entro no passado
Ando na chuva descalça
Não tenho medo dos trovões
Nem dos relâmpagos,
Nem do vento.
Molho os pés na água que lava o chão
Ergo o rosto para o céu
E deixo a chuva cair
Escorrem como se fosse lágrimas

Molho roupas, e cabelos.
Lavo ate a minha alma.
Mas não consigo lavar esta minha solidão...
Não consigo contar às gotas que caem no chão...

Autora: Terezinha C Werson.



Água

Líquido precioso,
De inestimável valor,
Transparente, delicioso,
Sem um mínimo ardor.
Suave, macia, sem cheiro,
Matando a sede
Do viajante passageiro.
Água de cachoeira
Mergulhando no rio,
Escorrendo faceira
Por todo caminho.
Água de fonte
Que desce tranqüila
E chega brilhante,
Límpida, radiante.
Água de chuva bendita,
Caída das nuvens carregadas,
Deixando as matas, florestas,
Tudo em festa,
Após longa estiada.
Água de poço artesanal
Guardada pela Mãe Natureza,
Deixando o nordestino do sertão
Perplexo com sua beleza.
Protejamos a Natureza
Com seus rios, lagos e fontes.
E, além dos horizontes,
Os mares com certeza.

Paulo Mendes Corrêa
http://www.mensagensempoesias.xpg.com.br/





Água!!!

Na fonte, elas transbordam
Nasce limpa, pura e cristalina
Cai na terra e as flores brotam
Árvores florescem nas colinas
É o mais puro alimento
Sem ela não existe vida
Sem ela é seca e lamento
Sem ela é só despedidas!

Jane Rossi


“Fonte de vida”

Imenso reservatório de energia
Fonte de Juventude e criação
Origem e veiculo da vida
Restaura sonhos, em sua imersão

Reduz os pecados existentes
É símbolo de pura perfeição
Nos mares, nos rios, está presente
Na bolsa, acompanha o embrião

São gotas que caem na estrada
Sugada pela terra sedenta
Floresta agradece ser lavada
A vida e a pureza representa

No deserto o povo te suplica
Que venha sua fonte abastecer
E a alma sempre te identifica
Por vida, conduzida à renascer

Jane Rossi




Água cristalina

É a mais pura bebida
Que sempre nos satisfaz
Sem ela não existe vida
Viver seria incapaz
O corpo ela vai nutrindo
Bendita é a nossa bebida
Estaremos consumindo
Do início ao fim da vida

Jane Rossi



“Chuva no telhado”

São gotas caindo no telhado
Que descem e rastejam pelo chão
Deixando o gramado bem molhado
Revigorando toda a plantação

É linda essa forma de energia
Que vem dos céus nos abençoar
São gotas de cristais com alegria
Trazendo esse doce tilintar

Toda vegetação revigorada
Florindo a paisagem e a visão
Facilitando nossa caminhada
Extravasando amor no coração

Banha-me com suas gotas puras
Cobre-me com orvalho da paixão
Exclui deste peito a amargura
Inunda minha alma de emoção.

Jane Rossi






DUAL

Olhei para o mar e me vi dividida
como se as ondas seguissem curioso percurso:
avante para a areia,
caminhante para alma que não mais semeia.

A brisa me sufocou e, então, me perdi
tocava meu rosto, rasgando-me em carinhos vermelhos.
Num relance, então, flutuei:
em qual dos caminhos, já de tão cansada, procurar-te-ei?

Meus pés decalços, minha pele toda nua,
Por ti , me perdi, como se fosse duas metades partidas em sangue.
A água que toca meu coração
É a vertigem de não mais te ser em dolorosa corrosão.

Ah! Gostaria de me ser em duas
de estar e de mais sonhar
E, no silêncio que me cala todas as noites, em volúpias,
em imensidão oceânica poder-me revelar.

Ana Perissé

A chuva...

Olhando a chuva,
Sinto-me nua,
Ao meio dela,
Eu e a chuva...
Ela caindo do céu,
E eu correndo pra ela,
Correndo pra chuva,
Que se faz tão bela...


Olhando a chuva,
Sem véu...
Imagino-me nela,
A chuva que caí,
E vejo de minha janela,
É tão sublime que me apaixono,
Por ela.

Olhando a chuva,
Fico cheia de coragem,
Pra banhar-me nela,
Nessa chuva que caí,
E que de passagem,
Vejo da minha janela...

((Valquíria Cordeiro))


RESSENTIMENTO

Água clara e cristalina, nevoa do amanhecer,
Rio de águas profundas, mistério e perigo,
Cortam matas e montanhas, fúria de tufão,
São sentimentos ocultos, trazem no coração.

Água é existência e vida, brotam a esperança,
Nos corações aflitos, busca a salvação,
Fazem tuas colheitas, beija o chão,
Amor que partiu, só recordação.

Água de existência e vida, traga meu amor,
Que um dia partiu, como vento em fúria,
Deixando minh’alma fenecer, nesta amargura,
Como tolo fui, acreditando em lamúria.

Paixão doentia, corpo entorpecido,
Sinto gosto da morte, o palor cobre o corpo,
No dolorido afã, a procura da salvação,
Entrego-me ao teu dolo, perdição.

Autor: Poeta Mineiro
24/06/06




Águas agonizantes

Água, agonia, atuação inadequada
Esgoto e poluição, terror da nação
Crescimento, desenvolvimento, situação adequada

Utilizando os inseticidas
Nas águas, são padecidas
Utilizadas como esgotos
Nunca vão sentir seus gostos

Nos últimos anos vem se agravando
Pelas fábricas, resíduos vão jorrando
Crescimento desenvolvimento, situação regrada

Águas do mundo, acabam num segundo
Águas agonizantes, situações hibernantes
Águas caudais, vidas terminais
Águas ribeirinhas, sem vida caminha

Fonte de alimento, água a irrigar, a morte vem devagar
Necessidades a serem adotadas, medidas antipoluidoras, à vagar

Nossa preocupação é que haja consciência
Porque a própria ciência, já prevê a extinção
Da água de toda nação, não terá sobrevivência

Carlo Magno





Nosso Planeta

Terra, planeta azul
Assim foi batizada
Da imensidão dos céus
Por brilhantes astronautas.

Escola abençoada
Para o nosso aprendizado
É rica sua natureza
Que devemos preservá-la.

Água - fonte de energia
Está desaparecendo
Pela imprevidência do homem
Que anda decrescendo.

Unamos nossas forças
Em súplica e ação
Para salvar nosso Planeta
Da grande devastação.

Neneca, 22/02/08


TUDO É LAGO

Nos moinhos da mente
Palavras como rio
Desaguam de repente
Tudo se molha
A vida, a lida, as horas
Parto molhado
E chego do outro lado de mim
Largo tudo
Tudo é lago...

(Gustavo Adonias)




O DIA EM QUE A ÁGUA ACABOU!
(Elza Fraga)

Estamos perdidos no meio
do olho de um furacão,
onde o homem, inclemente,
acaba com a própria mão
com tudo o que vê a frente...
Destrói o mundo... Inocente
ou por pura covardia?...
Não pensa em quem ficará
após a sua passagem
e vai serrando as matas,
destruindo as nascentes,
tirando o direito ao ar,
escasseando a água,
acabando com a vida!

Quem pensa na natureza
é zombateiramente chamado
de eco chato e,
com certeza,
posto a margem dos debates
onde se decidirá
o destino do planeta.

Estamos vendo o final
de um filme de terror...
Protagonistas talvez!...


Miséria, seca, aridez...
A água, bem precioso,
que o homem poluiu,
sujou, imundou, destruiu
e continua, na terra,
fazendo a sua guerra
contra a pobre natureza
que clamando por socorro
desce em filetes no morro
água podre, pobre, vil...

É o pranto da mãe Terra
chorando a sua revolta
e devolvendo a escassez
espalhando a sua volta
o sangue quente escorrente
das feridas lhe impostas...

Quando a água acabar,
secar rio, secar mar,
oceano e lagoa...
A erosão destruirá
o que por ventura sobrar
Pagou-se caro pra ver!

Parabéns ser racional
pois até o animal
pensa melhor que você




As águas...

As águas da fonte,
Da fonte da vida.
Lava meu corpo
E minha alma fica agradecida .
A alma que por vezes,
Ausenta-se por estar perdida.
A procura das águas,
Das águas da vida.

São águas claras e límpidas.
Mata-me a sede do corpo,
Trazendo-me a seiva da vida.
Faz-me ainda sentir-me escolhida,
Escolhida pelas águas ,
Pelas águas da vida.

Renascendo das águas,
Eu que antes sentia –me perdida...
Sinto -me renovada
E cheia de vida.
((Valquíria Cordeiro))




TRANSFORMAÇÃO


A chuva que cai,
cai em forma de lágrimas
que para uns e dor de ter
sua casa levada pelas águas.

Outros a chuva é presente de Deus,
vem sua sede saciar, e é fartura,
a natureza a se transformar, mata a
fome do mundo.

Dia chuvoso, e a chuva cai tão gostosa nos telhados!
Aquele barulho, mais parecendo uma canção e ouvir
parece não parar, vai diminuindo até passar.

Depois tudo fica colorido a brilhar, a natureza parece falar,
beleza divina a nos encantar!


Escrito por Eliza Gregio dia 19 /01/2008