A Dor De Maria
A
Dor de Maria
Jerusalém
ainda está vivo em mim.
Depois
daquele trágico dia, após ter oferecido
o
vinagre a Jesus, consumou-se meu pecado –
crime
contra a vida de Um Justo!
Nos
primeiros tempos, não pensei em Maria,
na
dor que uma Mãe sentia vendo o filho
sacrificado,
pregado em uma cruz.
Do
alto, sangue inocente derramava.
Maria
tem olhar parado, choroso
semblante,
tristonha pelo doloroso
sofrimento.
Seu Filho amado, Jesus, cai.
Da
cabeça inocente sangue se esvai!
Maria
tem o peso do madeiro no coração,
chora
baixinho ao presenciar grande dor,
Mater
Dolorosa, ora aos céus em aflição,
machucada
pelos açoites do agressor!
Maria
sentia na alma dor profunda.
Fui
eu, que O crucifiquei e O vendi.
Maria
sentia na alma dor profunda.
Fui
eu, quem colocou a coroa de espinhos!
Jesus
foi pendurado no duro madeiro,
Maria
tinha os olhos em lágrimas banhadas,
das
mãos de Jesus sangue pingavam,
os
olhos de Maria tristonhos choravam!
As
vozes, o brado da turba, o inocente
cordeiro
na cruz imolado. Crucifica!
Crucifica
o falso profeta e morra na cruz.
Fui
eu, quem pronunciou essas palavras!
O
olhar de Jesus... olhar apaixonado, olhar
carinhoso
de amor por todos os agressores,
olhar
de perdão, olhar de compreensão.
Eu,
pecador, carrego culpa por ser malfeitor!
Visão
que me segue, visão que me persegue
fitando-me
assim... calada, tristonha, dorida,
mexendo
com meus sentimentos, calando
meus
pensamentos. E eu não entendi!
Junto
à cruz, quanta lágrima derramada
pela
Mãe Maria de Nazaré, quanta dor
que
se transformava em pétalas de luz,
iluminando
o sofrimento da cruz!
Ah,
Mater Nostra, ouço Seu choro baixinho
uma
visão triste de piedosa Mãe, relembra
a
mim quão cruel pude ser em tempos
de
outrora. Carrego o peso no coração!
Junto
à cruz, ainda o martírio e humilhação
do
Justo, corpo marcado, banhado em sangue.
Eu
O espanquei, eu O neguei, O traí, crucifiquei.
Baixo
os olhos envergonhado, Cristo vendi!
Marta
Peres
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